O Brasil pressiona para que a declaração a ser assinada amanhã pelos líderes do G-20 legitime o uso do controle de capitais por países que enfrentam a valorização de suas moedas. Guerra cambial é o principal assunto a ser tratado no encontro dos presidentes e primeiros-ministros das 20 maiores economias do mundo que começa hoje na Coreia do Sul.
O tema ganhou peso após decisão do Federal Reserve, o banco central dos EUA, de injetar US$ 600 bilhões na economia nos próximos oito meses, o que aumentará a quantidade de dólares no Exterior e levará à apreciação das moedas dos países que têm câmbio flutuante, como o Brasil.
- Queremos que (o controle de capitais) fique explícito - disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que desembarcou ontem em Seul juntamente com Dilma Rousseff.
A presidente eleita preferiu ficar descansando no hotel. Um dos motivos do recolhimento até a chegada do presidente Lula, hoje, é o cuidado em não ofuscar o presidente. Qualquer declaração de Dilma sem a presença de Lula poderá ser interpretada como uma desautorização.
A expressão controle de capitais não estará no texto final, mas na prática é o sentido do que está sendo negociado. O eufemismo proposto é intervenção macroprudencial.
Mantega defendeu ainda que outras moedas desempenhem o papel reservado hoje quase exclusivamente ao dólar e aumentem a participação no comércio e nas transações internacionais.
O conflito cambial ameaça acabar com o espírito de colaboração que marcou os encontros do G-20 depois da eclosão da crise financeira global, em 2008, incentivar o protecionismo e criar um clima de "salve-se quem puder", segundo expressão de Mantega.
Notícia
Brasil insiste em controle de capital em reunião do G-20
Cúpula se reúne hoje e amanhã em meio a risco de aumento do protecionismo
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