Novas agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) serão reabertas em breve. A promessa é do presidente do instituto, Leonardo Rolim. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, ele garantiu que as unidades que não tiveram atendimento nesta segunda-feira (14) estão passando por adequações para atender os protocolos referentes à pandemia e de segurança dos profissionais e segurados.
O INSS havia anunciado para esta segunda-feira (14) a retomada das atividades em parte das agências no Brasil, fechadas desde março devido à pandemia de coronavírus. No entanto, nenhuma agência de Porto Alegre está aberta — há ainda unidades em Alvorada e Viamão, consideradas pelo órgão como pertencentes à gerência da Capital. No interior do Estado, "algumas agências abrirão", segundo a assessoria do instituto, que não soube informar quais os locais foram liberados.
— Alguns consultórios não estavam atendidos (pelos protocolos). Havia problema e retiramos da relação (as agências que abririam). Em alguns casos, eram problemas específicos que já atendemos no fim de semana. Novas inspeções ocorrerão entre hoje (segunda) e quarta-feira para podermos reabrir mais agências — explicou Rolim.
O presidente garante que o instituto criou o mais rigoroso protocolo de saúde do serviço público. E que eles estão sendo atendidos. Mas em alguns casos não havia ainda, por exemplo, um número mínimo de servidores para atender, e em outras não havia rota de fuga para os servidores que fossem ameaçados.
— A maior parte do nosso público é do grupo de risco. Temos que ter muita responsabilidade — avaliou Rolim.
Sobre o fato de que segurados receberam orientação para buscar atendimento nas agências fechadas, o presidente do INSS disse que o instituto os avisou por SMS. Ele justificou que aqueles que não foram contemplados com a mensagem é porque não tinham um cadastro atualizado.
— Temos que pedir desculpa a essas pessoas. Não tem outra palavra. Serão feitas inspeções entre hoje e quarta-feira nas agências que já estão aptas e, assim que forem liberadas, poderão ser reagendadas as perícias — disse Rolim.
Ele garante que o segurado não ficou sem perspectiva de receber o auxílio. O que houve foi uma antecipação dos vencimentos, com um valor menor do que o beneficiário teria direito. O ajuste dos vencimentos é uma das razões para fazer um esforço para reabrir as agências. O presidente também destacou que a volta do atendimento presencial ocorrerá progressivamente e que os serviços podem ser buscados de forma remota.
Na semana passada, o instituto anunciou a retomada do atendimento para esta semana em parte das agências no Brasil, fechadas desde março devido à pandemia. De acordo com o INSS, cerca de 600 agências estarão reabertas no Brasil — o número representa menos da metade das unidades, mas corresponde às maiores agências, as que têm maior capacidade de atendimento.
O governo deve divulgar ao longo da semana a lista completa das agências abertas, mas garante que o segurado já pode consultar a informação no aplicativo Meu INSS ou no telefone 135. O horário de funcionamento das agências será de 7h às 13h, de segunda a sexta.
Beneficiários do INSS encontram agências fechadas em Porto Alegre e na Serra
Com perícias marcadas, alguns segurados foram surpreendidos com a não abertura das agências. Isaura Souza de Oliveira, 79 anos, tinha perícia agendada para março e, nesta manhã, tentou atendimento no centro da Capital.
— Vim da Zona Norte, com frio e chuva. E está fechada — reclamou.
Cerca de 20 pessoas chegaram cedo à agência na Avenida Bento Gonçalves, no bairro Partenon, e não foram atendidas. Uma delas foi a auxiliar de serviços gerais Tatiane da Silva Azevedo, 46 anos, que chegou às 5h20min para a perícia médica — que foi remarcada do dia 3 de agosto para esta segunda-feira.
— Eu liguei sexta-feira (dia 11) para o telefone 135. Cheguei a pedir para que fosse no Centro e me informaram que somente a agência do Partenon estaria aberta. Agora vou voltar para casa e esperar.
Já no INSS de Caxias do Sul, o atendimento presencial foi retomado nesta segunda-feira (14) após seis mês fechada, mas nenhuma das entre 15 e 20 pessoas que se encontravam na fila nesta manhã conseguiu atendimento porque o serviço de perícia médica.
O principal motivo para a não retomada dos atendimentos foi a falta de médicos peritos nas unidades do Estado. A Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais (ANMP) divulgou nota afirmando que os profissionais seguirão "em trabalho remoto", porque vistoria realizada pela entidade encontrou "grave inconsistência que impede o retorno da categoria" na maioria das agências.