Networking, debates, tendências. De forma geral, os fóruns costumam ser eventos disruptivos, com diversas finalidades e que buscam gerar impacto nos participantes. Esses congressos podem ser também uma ótima oportunidade para as pessoas trocarem experiências e discutirem o futuro da sociedade.
Um exemplo dessa abordagem é o Fórum da Liberdade, que está marcado para acontecer nos dias 13 e 14 de abril na PUCRS, em Porto Alegre. A iniciativa foi criada em 1988 pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE), entidade sem fins lucrativos que promove o liberalismo e o empreendedorismo.
– O Fórum da Liberdade surgiu da inquietação de jovens empresários, liderados pelo então presidente Carlos Smith, em transmitir à sociedade as ideias que os influenciavam em sua formação dentro do IEE e que, em sua visão, poderiam impactar a sociedade de forma profunda. Agora, o intuito é promover um espaço de diálogo a respeito dessas ideias relevantes para a população – conta a presidente do IEE, Victoria Jardim.
Atualmente, o fórum debate temas ligados à liberdade, ao Estado de Direito, à economia de livre mercado, às liberdades individuais e ao empreendedorismo. Durante um fim de semana, são reunidos líderes empresariais, políticos e acadêmicos que visam gerar conexões com o público.
Além disso, segundo Victoria, trata-se de um ponto de encontro importante para que pessoas com diferentes backgrounds possam dialogar e ter contato com novas ideias. As conversas entre palestrantes nacionais e internacionais buscam alternativas para equacionar os problemas do Brasil, da América Latina e do mundo.
– É uma oportunidade para ampliar os conhecimentos em áreas fundamentais para a vida, como negócios, mercado, liderança, política, economia, filosofia e história. Quem participa ganha ferramentas de reflexão para enxergar e interpretar o mundo e a sociedade – comenta a presidente.
Este ano, em sua 36ª edição, o encontro terá como tema “Alice no País das Liberdades”. Para se inscrever, basta acessar este site.
– Depois de dois anos de debates online por conta da pandemia e mais um ano com restrições, é muito importante que o evento presencial retorne com força. Mais do que ser um disseminador de conteúdo, o Fórum da Liberdade tem como objetivo promover descobertas e conexões – afirma Victoria.
Nesta entrevista, a presidente do IEE, Victoria Jardim, explica a proposta do tema do Fórum deste ano. Além disso, a profissional aponta os destaques da edição e o que o público pode esperar do evento.
Qual foi a inspiração para o tema do Fórum deste ano?
Neste ano, o Fórum tem um tema mais lúdico, inspirado na obra “Alice no País das Maravilhas”. Mostrar os caminhos para a liberdade, de uma maneira que envolva os participantes em uma experiência nessa descoberta, nos levou ao tema “Alice no País das Liberdades”. Inspirado no clássico britânico, berço também de pensadores como Adam Smith, pai do liberalismo, e com um toque de brasilidade, que contextualiza a nossa realidade, o tema traz a reflexão sobre como seria o país das liberdades e o quão distante o Brasil está desse ideal. É uma forma de materializar a descoberta, ou redescoberta, dos caminhos para a liberdade no território nacional.
O que os participantes podem esperar do evento?
Os participantes acompanharão palestras e discussões relevantes a respeito de temas como economia, política, inovação, liberdade de imprensa, ativismo judicial, entre outros, envolvendo líderes políticos, empresariais e pensadores de renome nacional e internacional e de diversas áreas. Também é um espaço importante para estabelecer novas conexões e novos relacionamentos.
Quais atividades ocorrerão no FL23?
Além das palestras e painéis, que vão ocorrer em três palcos diferentes, teremos a entrega dos prêmios Libertas e Liberdade de Imprensa. Também estão programados os lançamentos de nove livros, atrações culturais como música ao vivo e shows de tango, sax e outras manifestações artísticas. Por fim, haverá ainda uma mostra cultural com exposição de diversos documentários de instituições parceiras.
Quais são os diferenciais do Fórum deste ano?
Pensando no evento em si, há o forte apelo lúdico do tema, que chama para a reflexão sobre as liberdades em xeque no país. Além disso, o Fórum deste ano se propõe a ser um festival cultural, e não apenas um espaço de debates. A ideia é que os participantes assumam um papel de protagonismo na convenção e naveguem pelas diversas atividades que acontecerão simultaneamente. Do ponto de vista conjuntural, vivemos uma crise na democracia, um choque de poderes, incerteza quanto ao futuro da economia, ameaça à liberdade de expressão e manifestação, polarização. Debater esse momento é algo muito necessário.
Quais palestrantes são os destaques desta edição?
Há vários palestrantes de destaque, como o urbanista francês Alain Bertaud, que falará sobre como o mercado fornece mecanismos indispensáveis para o desenvolvimento das cidades. Ele também lançará seu livro “Ordem Sem Design: Como os Mercados Moldam as Cidades”, versão em português de “Order Without Design, How Markets Shape Cities”.
Junto a Bertaud, participarão de painel sobre cidades o empresário, advogado, ativista político e publicitário alemão Titus Gebel, presidente e CEO da Free Private Cities Inc., que terá como foco a questão de como as cidades privadas livres são planejadas, e Adriano Paranaíba, professor, economista e doutor em Transportes pela Universidade de Brasília, cujo tema será como a mobilidade urbana e o urbanismo interagem para pensarmos em cidades melhores.
Haverá ainda um painel com o tema Agronegócio: Vilão ou o Bolo do Crescimento Brasileiro? Participarão Nei César Mânica (presidente da Cotrijal e da Expodireto Cotrijal), Joaquim Leite (ministro do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil no governo Bolsonaro), Antônio Cabrera (ministro da Agricultura no governo Collor) e Camila Telles (comunicadora, produtora rural e fundadora da FarmCom).
Vale destacar também o empresário Flávio Augusto da Silva, criador da escola de idiomas Wise Up e que saiu da periferia do Rio de Janeiro para se tornar um empreendedor e, hoje, um bilionário que já chegou a comprar um time de futebol nos Estados Unidos. Podemos ainda apontar os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e de Minas Gerais, Romeu Zema, que participarão de painel sobre os rumos políticos do Brasil.
Qual a importância de ter o reconhecimento da Forbes para o Fórum?
A Forbes reconheceu o Fórum da Liberdade como o maior espaço de debates políticos, econômicos e sociais da América Latina. Para nós, do IEE, é recompensador receber um título desses vindo de uma das publicações sobre economia mais importantes do mundo. Revela ainda o tamanho que o evento ganhou ao longo do tempo com sua importante colaboração ao debate em alto nível de assuntos relevantes para a região.