Apesar de agregar muitos mitos, a dieta vegana, ou seja, aquela que não inclui nenhum tipo de alimento ou produto de origem animal, ganha cada vez mais adeptos. Apenas no Rio Grande do Sul, acredita-se que 10% da população segue a alimentação vegana ou vegetariana, sendo o gaúcho o 3º povo com mais inscritos no site Mapa Veg, plataforma que atualiza de forma regular e interativa o número de pessoas que optam pelo estilo de vida.
Conforme a nutricionista Marlise Potrick Stefani, a sustentabilidade e o interesse pelo bem-estar animal são os principais pontos de partida entre seus pacientes. Mas a escolha vem acompanhada de muitas dúvidas e um conhecimento popular que nem sempre condiz com a realidade.
– Eu tenho uma cartela de clientes variada, mas a maior parte dos que procuram orientação sobre a dieta são adolescentes que começam a se questionar sobre o que podem fazer para contribuir com o planeta e a sua sustentabilidade. A partir disso, geralmente tranquilizo a família e explico que, com equilíbrio, não há problema nenhum – explica.
Para a especialista, tudo é uma questão de cuidado com a escolha do cardápio. Uma vez que as proteínas (nesse caso, presentes principalmente nas leguminosas como o feijão, a lentilha e o grão de bico) e os aminoácidos necessários estão incluídos na rotina alimentar, é possível atingir as necessidades proteicas diárias.
O ferro e zinco também são minerais importantes que podem ser difíceis de obter em dietas veganas. No entanto, nada que uma sopa de lentilha e uma manteiga de nozes, boas fontes de vegetais de ferro, não resolvam. Nozes, cereais e alimentos à base de soja também podem fornecer zinco.
– As pessoas pensam que quando um adulto ou um adolescente opta pelo veganismo, ele vai ficar fraco ou deficiente de vitaminas. Isso é um mito. Com reposições diárias de proteínas vegetais é possível garantir qualidade de vida e uma saúde perfeita. Inclusive, como descobriram estudos, assim como as dietas vegetarianas, as dietas veganas equilibradas possuem um menor risco no desenvolvimento de doenças crônicas, incluindo doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e obesidade – avalia a nutricionista.
Confira abaixo quatro mitos comuns sobre a alimentação:
"Alimentação vegana é sinônimo de saúde"
MENTIRA
A dieta vegana também pode contar com muitos alimentos ultraprocessados e que agridem a saúde. Segundo a nutricionista, é importante prestar atenção ao que você está consumindo e entender como aquele produto foi fabricado, além do que ele traz na sua composição. Para aqueles que desejam abandonar os produtos de origem animal de maneira realmente saudável, a dica é apostar nas preparações caseiras de alimentos vegetais in natura. Também é importante verificar se os leites de origem vegetal, como soja, por exemplo, e os iogurtes são fortificados com cálcio e vitamina D – importantes para a complementação desta escolha.
"Dieta vegana ajuda no emagrecimento”
DEPENDE
O veganismo é, na verdade, um estilo de vida que abrange mais do que somente a alimentação, pois abraça todas as escolhas que são feitas: de cosméticos e produtos de limpeza a móveis e roupas. E o "mito da magreza", segundo a especialista, não costuma ser bem assim. Conforme explica Marlise, diversos veganos tendem a trocar o consumo de carne por carboidratos, o que resulta no ganho de peso e desequilíbrio nutricional – tornando a visão de que “todo vegano é magro" um grande equívoco.
No entanto, também é possível alcançar resultados positivos. Devido ao aumento do consumo de fibras através de frutas, legumes e vegetais, o funcionamento do intestino é favorecido. Outra vantagem é que o próprio corte da carne, gorduras, leites e derivados, causa uma diminuição no processo inflamatório e, consequentemente, a perda de gordura abdominal.
"É uma comida que sai mais cara"
DEPENDE
Claro que existem diversos restaurantes onde a exclusividade da dieta pode sair mais caro ao consumidor, mas isso não é uma regra. Ao contrário, o veganismo pode ser bastante acessível visto que, por vezes, os vegetais, as hortaliças, frutas e outros alimentos sazonais são mais baratos do que os produtos industrializados. Além disso, diferente do consumo de carne, uma hortinha em casa limita a ida às feiras e torna o produto mais sustentável. Alguns temperos de fácil manutenção são: manjericão, salsinha, cebolinha, orégano e afins.
"Difícil acesso a alimentos sem origem animal”
MENTIRA
Apesar de ser relevante na vida social de muitos que ainda tem dificuldade de achar alimentos à base de plantas em qualquer lugar, atualmente há bastante opções de pratos veganos, até mesmo no famoso estilo junk food (pratos veganos tipo fast food, como hambúrgueres, pizzas, empanados e doces, sem valor nutricional). Além de tudo, vai depender das escolhas que você vai fazer. É possível ter uma variedade enorme de alimentos naturais, que várias pessoas deixam de experimentar por estarem acostumadas com um padrão que, muitas vezes, não possui nenhuma diversidade. Outra dica da nutricionista é preparar os próprios lanches, pois fora economizar, isso garante o controle da procedência de todos os itens que irá ingerir.
E aí, já escolheu quais alimentos farão parte da sua rotina nesta semana? No Rissul, você encontra um mix de frutas, verduras e hortaliças, além de produtos veganos e vegetarianos de diversas marcas. Não deixe de conferir o novo encarte de Alimentação Leve no site e ficar por dentro das ofertas e promoções através do aplicativo Rissul.
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