A profusão de eventos carnívoros no Brasil nos últimos anos se tornou uma vitrine para o agronegócio. Ao perceberem a tendência, as principais associações de criadores de raças bovinas de origem britânica correram para se associar aos festivais gastronômicos que primam pelo preparo de carnes premium na brasa.
Alguns cobram ingresso de mais de R$ 300 para quem quiser se empanturrar com peças macias, suculentas e saborosas. Ao fornecerem seus cortes, preparados com a assinaturas de chefs consagrados, abrem espaço para que os consumidores busquem cada vez mais produtos semelhantes no varejo ou em restaurantes.
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Em um universo predominantemente masculino, a gaúcha Clarice Chwartzmann, 52 anos, vem firmando seu nome. Dá cursos para mulheres aprenderem a escolher a carne, espetar e assar churrasco e, com o projeto Chama a Churrasqueira, atende em empresas ou em casa de pessoas interessadas em organizar uma recepção diferente, ao redor do fogo. A vocação que apareceu ainda na infância virou negócio depois de uma carreira na área de comunicação e como produtora cultural.
– Tenho uma visão 360º do setor, dos aspectos culturais à comunicação. Este mercado está muito aquecido. No Rio e em São Paulo, estão a mil com esse assunto de eventos e festivais com carne premium. O que entrego no prato tem respeito a toda a cadeia produtiva – diz Clarisse, publicitária de formação.
Com a visão de quem circula o país assando carne, Clarice sentencia: o RS recém desperta para esse potencial.