Criadores de raças de origem britânica, caracterizadas pela carne de maior qualidade, partem com vantagem na corrida em direção ao futuro. Ao priorizar touros com alta genética para melhoramento do rebanho, produtores conseguem rendimento superior à média da pecuária brasileira. Pesquisas recentes mostram que o uso de touros melhoradores representa ganho mínimo de 20% em produtividade, sem mudar praticamente nada nas condições ambientais da criação.
– Não dá para usar qualquer tourinho da propriedade para melhorar o rebanho – confirma Fernando Lopa, CEO da Associação Brasileira de Criadores de Hereford e Braford.
Para o dirigente, o futuro da atividade passa pela certificação de carnes:
– Em tempos de crise, como agora, o que segurou o preço foi a diferença dos programas de certificação – ressalta Lopa.
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Presidente da Associação Brasileira de Angus, José Roberto Pires Weber também defende o uso de touros registrados para aumentar a qualidade genética do rebanho:
– O mercado está cada vez mais competitivo e o consumidor mais exigente. Quem não tiver qualidade, ficará pelo caminho.
Além da genética do animal, acrescenta Weber, a qualidade da carne passa também pelo uso de insumos com bom potencial, como sementes das forrageiras para pastagens, e a especialização das etapas da produção.
– É impossível hoje algum criador ter condições de fazer cria, recria e terminação com a mesma eficiência. Não dá para ser bom em tudo – diz Weber.
De acordo com o professor Julio Barcellos, coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro/UFRGS), dois tipos de pecuaristas irão resistir às mudanças que já estão em curso: os que tiveram grande escala, por volume ou produtividade, e aqueles que investirem na atividade como complementação da renda.
– Os pequenos terão de passar por um profundo processo organizacional, caso contrário serão excluídos, ainda mais se as mudanças previdenciárias forem concretizadas – completa o professor.
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