Desde que surgiram os primeiros sinais da crise, que numa reação em cadeia foi levando abaixo sólidos pilares da economia do Brasil como se fossem peças enfileiradas de um dominó, um tradicional segmento insiste em fugir à tendência de enfraquecimento e quebra.
O agronegócio esquiva-se da sombra dessa nuvem que se instalou sobre o país em meados de 2014, e desde então vem se mantendo erguido frente aos desafios da instabilidade e imprevisibilidade do mercado.
Mas não é fácil. Existem dificuldades? Sim, muitas. Afinal, os reflexos da retração econômica acabam incidindo sobre todos, direta ou indiretamente.
No entanto, dentro do cenário de cautela há espaço também para otimismo. Em uma análise ampla, fica clara a expectativa favorável com relação aos resultados do campo, baseada na sua reação e maior equilíbrio comparado aos demais setores, mantendo viva a esperança de superação dessa recessão.
Leia mais:
Por que cavalo crioulo que morreu em Pelotas valia R$ 7 milhões
Criadores de cavalo crioulo buscam expansão da raça no país
Dentro desse contexto, um versátil e carismático produto vem candidatando-se a protagonista do momento da virada. O cavalo crioulo, animal símbolo do Rio Grande do Sul, firma-se como ativo valorizado da economia rural, conquistando novos criadores, usuários e interessados por características como beleza, funcionalidade e resistência. Em síntese, é uma ferramenta multitarefa – apta a servir tanto ao trabalho quanto ao esporte e ao lazer – de baixo custo de manutenção, e em constante evolução.
Todos esses atributos colocam a raça entre as maiores manadas de equinos do país, capaz de alcançar números impressionantes mesmo em períodos nebulosos. Somente na temporada 2017 foi registrado crescimento de 15% na participação de animais em eventos oficiais, aumento de 9% em relação a 2016, além da quebra do recorde histórico de valorização de venda em recinto de leilões.
E esse resultado deve consolidar-se ainda mais na Expointer, onde o cavalo crioulo é o responsável há cerca de 10 anos por, aproximadamente, 80% do valor total faturado na venda de animais, contabilizando as demais espécies. É na feira que os negócios envolvendo a raça e alguns dos principais produtos do agronegócio estarão novamente em evidência, servindo como propulsora do segmento que atua como um dos sustentáculos econômicos do país.
Eduardo Móglia Suñe é presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos
Se sua entidade registrada quiser participar da seção, envie sugestão para campo@zerohora.com.br