Você já ouviu falar em disco menstrual? Na mesma onda dos copos coletores e calcinhas menstruais, o produto surge como uma opção para mulheres que buscam alternativas ao absorvente descartável.
Apesar de ser bem parecido com o coletor, o disco tem algumas diferenças básicas que podem facilitar o uso de quem não se adaptou à primeira opção. Nas principais resenhas sobre o produto na internet, as consumidoras resumem: o coletor é colocado “para cima”, já o disco é inserido de forma “reta” na vagina, facilitando a adaptação.
Conforme a ginecologista Carolina Melendez, o que os difere basicamente é o formato. Enquanto o coletor é cônico e precisa ser inserido com uma dobradura específica para que se encaixe no colo do útero e abra lá dentro, coletando o sangue por vácuo, o disco é encaixado no fundo da vagina, dobrado de forma mais simples. Ele é engatado atrás do osso púbico, e não faz vácuo para segurar o sangue. Para retirar, é preciso alcançar a borda do disco com o dedo e puxá-lo.
— É mais fácil de colocar, não precisa de tantos cuidados e quase se encaixa sozinho. Diferentemente do copo, que precisa ter um pouquinho mais de percepção e treinamento — avalia a médica.
— Algumas mulheres têm dificuldade para achar o colo do útero, ou têm cólicas por conta do vácuo, então a gente acaba indicando o disco.
Como higienizar?
Após utilizar o disco, é preciso lavá-lo com água e sabonete neutro, mesmo se for fazer uso contínuo do produto. Retire, lave e reintroduza, indica a ginecologista. Ao final do ciclo, é necessário fazer uma esterilização, que pode ser com o copo esterilizador, muitas vezes vendido junto com o disco, ou em uma panela com água no fogão mesmo: apenas deixe fervendo por cinco minutos, indica a médica.
— Além disso, observe se há algum arranhão ou alteração no disco antes de utilizar — acrescenta.
Depois de esterilizar, espere secar e guarde em um ambiente arejado.
— Desta maneira, com certeza dura mais do que três anos — pontua Carolina, que atua com atendimentos em ginecologia natural.
É indicado para todos os tipos de fluxo?
Sim! O que muda em relação ao copo é o tempo de troca. De acordo com a médica, é possível ficar até 12 horas com o disco menstrual sem nenhum prejuízo à saúde. Para quem tem o fluxo mais intenso, é necessário esvaziar o dispositivo com menos tempo de intervalo.
Posso transar usando o disco menstrual?
Sim! Ao contrário do copo coletor, o disco possibilita a relação sexual durante o uso. A médica relata que a maioria de suas pacientes consegue transar usando o item sem nenhum problema. Porém, alguns homens podem ter uma sensibilidade maior e se incomodar com o produto na penetração. Mas, para a médica, a questão tem mais a ver com o tabu que existe sobre o sexo durante o período menstrual.
— Algumas mulheres dizem que usam o disco para não sujar os lençóis e não fazer bagunça na hora da relação. Outras usam porque o parceiro se incomoda com o sangue, e então seria bastante discutível esse uso. Mas não existe nada que impeça de ter relação usando o disco menstrual — esclarece. — Se o disco estiver bem colocado, a princípio não incomoda, mas algumas mulheres podem ser mais sensíveis do que outras. E, claro, se não se sentir à vontade — acrescenta.
Autoconhecimento
Para a médica, tanto o copo coletor quanto o disco menstrual são instrumentos interessantes para o autoconhecimento feminino.
— A mulher toca sua vagina, o seu colo do útero, conhece o seu corpo, percebe o quanto de sangue tem em cada menstruação. Percebe que não tem aquele cheiro desagradável, porque o cheiro ruim é relacionado ao absorvente descartável, que é cheio de produtos químicos. Como ferramenta de autopercepção, é muito interessante — opina.
Não se adaptou? Relaxa!
Apesar de uma ótima solução para muitas, o copo coletor e o disco menstrual não são indicados para todas as mulheres. Algumas podem se sentir incomodadas ao tentar inserir o dispositivo na vagina – e está tudo bem. O importante é buscar a melhor solução para você.
— Encontre outras maneiras de fazer as pazes com seu corpo e com a sua menstruação. Se você não se sente à vontade de se tocar, se manipular, não é uma boa. Tem que experimentar e ver o que é melhor para você. É muito pessoal — afirma a ginecologista.
Onde comprar?
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Produção: Luísa Tessuto