Estamos em um momento extremamente delicado da pandemia: tensão e angústia nos acompanham dia após dia. Temos que ficar em casa para proteger a nossa saúde e a dos outros.
Junto a esse caos provocado pelo coronavírus, ainda temos um assunto de extrema urgência ecoando no mundo todo: a luta contra o racismo. A morte de George Floyd, vítima de asfixia por um policial branco nos Estados Unidos, e de João Pedro, atingido por um tiro dentro de casa no Rio de Janeiro, inflamaram manifestações no mundo inteiro, que mostram a causa urgente que é o fim do preconceito racial.
A morte de George deu voz ao maior movimento antirracista americano dos últimos tempos. É tão urgente que, mesmo com a recomendação de ficar em casa, milhares de pessoas estão indo às ruas há dias. Mas se esse é um momento em que devemos evitar aglomerações, como expressar indignação pelos episódios racistas que estão ocorrendo?
As redes sociais estão amplificando esses atos e mostrando a direção das crenças de cada um. No dia 2 de junho, ocorreu um movimento em apoio às manifestações. A #BlackOutTuesday, marcada pela postagem de um quadrado preto na timeline, acompanhado da hashtag, bombou, principalmente no Instagram. A ação foi muito maior do que uma simples imagem preta: indicava que você está junto e realmente se mostrava indignado pelo que o povo negro vive diariamente, para dar voz a quem sofre com o racismo.
A questão é de todo mundo. E quem trabalha com mídias sociais, marcas, influenciadores, artistas... Será que é melhor se posicionar?
É muito importante visualizar o história da empresa ou da pessoa para ver se há coerência. Sabemos que muita gente "entra na onda", principalmente pela cobrança que existe de clientes e de seguidores, mas esse posicionamento deve fazer algum sentido. Essas contas já fizeram algo pelo movimento antirracismo? Essas empresas dão oportunidade de trabalho para negros? E aqui, diga-se, não só nos empregos com menor salário e destaque. Usam modelos e influenciadores digitais negros? Enfim, realmente se mostram a favor da causa e fazem algo por ela?
A minha sugestão é: corram atrás de serem pessoas melhores e empresas melhores, que realmente estejam nessa!
Duda Buchmann é blogueira que gosta de falar do mundo feminino, principalmente da mulher negra, e de inspirações que elevem a autoestima delas. Escreve semanalmente em revistadonna.com.