Contar a trajetória das oito finalistas da quinta edição do Prêmio Donna Mulheres que Inspiram lança o desafio: existe limite para a vocação e a empatia?
Selecionadas entre centenas de indicações de especialistas em diferentes áreas, elas se destacam da ciência à moda sustentável e fazem diferença. Mais do que exemplo de grandes realizadoras, o que une este grupo é a certeza de que é preciso que alguém dê o primeiro passo. Exatamente o que elas fizeram.
Leia e inspire-se no exemplo de Aline Orestes Vieira, uma das finalistas de 2020. As vencedoras serão anunciadas na edição dos dias 21 e 22 de março.
Aline Orestes Vieira
Aos 10 anos, Aline Orestes Vieira voltava da escola quando deparou com uma cachorrinha abandonada perto de casa. Era Xuxa, a primeira de milhares de bichinhos que a protetora resgataria das ruas. Aos poucos, o sítio da família em Viamão, na Região Metropolitana, virou o lar de outros tantos gatos e cachorros – além das éguas que a família criava.
– Minha infância foi rodeada de bichos. Via neles um amor incondicional – recorda.
Quando a construtora dos pais de Aline faliu, a família já abrigava mais de 50 animais. Por conta da nova situação financeira, cogitaram levar alguns para um abrigo – mas, ao ver as condições em que os bichos se encontravam, ela desistiu. Entendeu que seu lugar seria ali, zelando pelo bem-estar dos peludos até que eles ganhassem um novo lar. Desistiu de ir morar nos Estados Unidos e passou a se dedicar às buscas por doações de ração, remédios e o que mais seus filhotes necessitassem. Assim nascia a ONG 101 Viralatas – primeiro, como casa de passagem e, depois, como organização não-governamental, criada em 2009.
Apesar da atuação apaixonada de Aline, que conduz o projeto ao lado da mãe, Vladete, a associação enfrenta dificuldades para se manter. No sítio que já abrigou mais de 600 animais e contava com cerca de 50 voluntários ativos, hoje estão por volta de 300 bichos. Caíram as doações e os apadrinhamentos. Os problemas, contudo, servem de combustível para que a protetora de 39 anos se desdobre em busca de alternativas. Entre os projetos de Aline, estão a criação de um aplicativo para facilitar a adoção e o resgate.