Você sabia que uma mulher negra tem um salário bem inferior ao de um homem e de uma mulher brancos e de um homem negro, mesmo sendo todos diplomados? Apenas mais uma questão de desfavorecimento da mulher negra no Brasil. Não é "mimimi", são dados.
Essas informações foram apresentadas no estudo O Desafio da Inclusão, do Instituto Locomotiva, com base de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Os resultados referem que entre homens brancos acima de 25 anos, 18% têm ensino superior e renda média de R$ 6.702, e entre os negros, apenas 6% têm graduação, e a renda média é de R$ 4.810.
Quando se trata de distinção de gênero, entre mulheres brancas 21% têm diploma e rendimento médio é de R$ 3.981. Já entre as negras, 9% são diplomadas e possuem a menor renda média, R$ 2.918. Ou seja, de acordo com o estudo, mulheres negras têm a menor renda entre quaisquer outros trabalhadores com ensino superior. A diferença salarial de um homem branco e uma mulher negra é de 43%. É MUITA COISA!
Se essa imagem fosse em uma empresa qualquer, com personagens reais e com o mesmo nível de posição, você saberia dizer quem provavelmente ganha mais e quem menos?
Mais da metade dos brasileiros se autodeclaram negros (IBGE), e mesmo assim menos de 10% das empresas tem cargos de gerência ocupados por essa população, segundo Instituto Ethos. Além de termos que nos superar a cada dia, não ter espaço para falhas mínimas, ainda recebemos menos. Por que a cor da pele define competência de alguém?
Por isso que é tão importante a existência de políticas públicas para que cada vez mais haja profissionais negros e em diversos setores.
E aí, vamos ficar até quando definindo capacidade pela raça? Não podemos esperar chegar os 150 anos previstos para equilibrar as oportunidades de brancos e negros.
Duda Buchmann é blogueira que gosta de falar do mundo feminino, principalmente da mulher negra, e de inspirações que elevem a autoestima delas. Escreve semanalmente em revistadonna.com.