Ciência, impacto social, diversidade, moda, igualdade de gênero, inclusão, maternidade. Os temas são muitos, mas as histórias das oito mulheres se repetem: todas foram além do desejo de viver em um mundo melhor e decidiram que cabia a elas mesmas tomar uma atitude. E o que cada uma fez mudou a realidade à sua volta (ou pelo país afora).
Na quarta edição do Prêmio Donna Mulheres que Inspiram, temos a alegria de divulgar as oito finalistas deste ano, selecionadas entre centenas de indicações de profissionais e especialistas de diferentes áreas de atuação, de leitores e também de jornalistas e colaboradores do Grupo RBS.
Leia e inspire-se no exemplo de Denise Oliveira Cezar, uma das finalistas desta edição. As vencedoras serão anunciadas na última edição da revista deste mês.
Denise Oliveira Cezar
É curioso pensar que a desembargadora Denise Oliveira Cezar, 60 anos, nunca trabalhou diretamente com a Vara da Infância e da Juventude em sua carreira como juíza. Seu nome está diretamente associado à conscientização sobre a adoção tardia desde o ano passado, quando assumiu como corregedora-geral da Justiça. Há uma explicação, conta Denise:
– Meu marido é juiz e trabalhou nessa área boa parte da carreira. Então, sempre friso que não atuei com infância e juventude, mas, na verdade, trabalhei intensamente (risos). Quando assumi como corregedora-geral, visitei alguns abrigos e vi crianças que estavam esperando há anos por uma família. Pensei que precisava fazer algo, repensar o sistema.
A desembargadora detectou na invisibilidade dos abrigados o principal desafio a ser enfrentado. Assim, meteu a mão na massa: promoveu o "dia do encontro" para crianças e adolescentes conhecerem possíveis adotantes, criou comitês de discussão com participação de abrigados, fez uma parceria com a RBSTV para divulgar a adoção tardia por meio de matérias e deu continuidade ao projeto de um aplicativo de adoção, no qual os pretendentes podem conhecer os futuros filhos. No fim, o objetivo é apenas um: dar espaço para as crianças e os adolescentes serem reconhecidos socialmente e promover conexões com pessoas dispostas a aumentar a família.
– O pretendente pode até querer um perfil específico, mas também pode olhar para uma criança mais velha ou fora do padrão definido e se apaixonar por ela. Essa é a nossa esperança.