Ciência, impacto social, diversidade, moda, igualdade de gênero, inclusão, maternidade. Os temas são muitos, mas as histórias das oito mulheres se repetem: todas foram além do desejo de viver em um mundo melhor e decidiram que cabia a elas mesmas tomar uma atitude. E o que cada uma fez mudou a realidade à sua volta (ou pelo país afora).
Na quarta edição do Prêmio Donna Mulheres que Inspiram, temos a alegria de divulgar as oito finalistas deste ano, selecionadas entre centenas de indicações de profissionais e especialistas de diferentes áreas de atuação, de leitores e também de jornalistas e colaboradores do Grupo RBS.
Leia e inspire-se no exemplo de Camila de Moraes, uma das finalistas desta edição. As vencedoras serão anunciadas na última edição da revista deste mês.
Camila de Moraes
Em 2018, a cineasta Camila de Moraes, 31 anos, entrou para a história do cinema nacional. Tornou-se a segunda diretora negra a ter um filme exibido em circuito comercial, com o longa O Caso do Homem Errado – a primeira foi Adélia Sampaio, de Amor Maldito (1984). E teve mais: a história sobre a execução do operário negro Júlio César, morto por policiais na década de 1980, em Porto Alegre, ganhou reconhecimento no Brasil ao se tornar um dos pré-selecionados pelo Ministério da Cultura para concorrer ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2019.
– Sou negra, tenho a melanina escura, isso já me coloca em um lugar no Brasil. Existe uma não aceitação de pessoas negras e, por achar isso injusto, tento lutar pelas melhores condições para essas pessoas. Impacta meu lado profissional, sempre trabalhei com cultura e com a questão negra. Quando faço um filme, vou ter que abordar isso, essa é a Camila – explica a cineasta.
Filha de uma atriz e de um jornalista, ela cresceu sabendo que a cultura transforma, abre horizontes e serve como palco para discussões. Sua trajetória inspira uma nova geração que quer representatividade. Para eles, Camila dá o recado:
– Foi uma luta para fazer e lançar o filme, mas valeu a pena. Teve muito trabalho, mas quero mostrar que é possível chegar lá onde dizem que não dá, representar a nossa versão sob o nosso ponto de vista. Precisamos contar as nossas histórias.