A Katy Perry Collections, segmento de moda da popstar norte-americana, foi acusada de cometer blackface em uma de suas mais recentes coleções. Após a revolta de fãs nas redes sociais, as peças começaram a ser retiradas das lojas de departamento em que estavam à venda nos Estados Unidos.
Entre os itens lançados, estão sapatos estampados com "rostos" de olhos grandes e lábios vermelhos exagerados. A polêmica gira em torno, principalmente, do modelo mocassim na cor preta - interpretado como blackface, que é quando um indivíduo de cor clara pinta o rosto de um tom mais escuro e simula características de pessoas negras em uma fantasia, reforçando estereótipos que os ativistas buscam desconstruir.
Depois das reclamações nas redes sociais, as peças também saíram do catálogo online da Katy Perry Collections. Um porta-voz da grife se manifestou ao site de cultura pop TMZ:
- Para ser respeitosa e sensível (às críticas), a empresa está em processo de retirar os sapatos (das prateleiras).
Vale dizer que, na última semana, a maison italiana Gucci também foi acusada de cometer blackface por um motivo bem parecido. A grife colocou à venda um suéter preto, que cobre parte do rosto com o desenho de lábios exageradamente grandes. A empresa também retirou a peça do mercado e lançou uma nota pública se desculpando. "Estamos totalmente comprometidos em aumentar a diversidade por toda nossa companhia e tornar esse incidente um poderoso momento de aprendizado pro time Gucci e além", disse a marca.
Em outras ocasiões, a própria Katy Perry havia sido acusada de apropriação cultural. Em 2013, ela se vestiu como uma gueixa para uma performance no American Music Awards (AMA). No mesmo ano, apareceu de tranças no vídeoclipe de This Is How We Do. Anos depois, ela se manifestou publicamente sobre os casos:
- Eu cometi vários erros - disse a cantora, em entrevista ao ativista de direitos civis DeRay McKesson, em 2017. - Nunca entenderei algumas dessas coisas por ser quem eu sou. Mas eu posso me informar, e é isso que eu venho tentando fazer.