Foto: Mateus Bruxel / Agência RBS QUANDO VER: neste sábado (2), às 18h, na Cervejaria Delta, em Porto Alegre. E, no dia 14, às 21h, Samba e Amor no Matita Perê. ELA RECOMENDA: “Nani Medeiros é um dos maiores potenciais de Porto Alegre e está com um EP novo.”
Por Rossana Silva, especial
No ano em que ela nascia, em Porto Alegre, Tom Jobim gravava o Samba de Maria Luiza. A cantora de MPB e samba Maria Luiza Fontoura, 22 anos, foi batizada com o mesmo nome da filha caçula do músico que se tornaria seu ídolo. Por isso, brinca com os amigos que precisa “estourar” antes da xará para poder ficar com o nome artístico.
Na prática, a Maria Luiza gaúcha não tem pressa. Cada passo na carreira é estudado com calma junto aos colegas da banda Samba e Amor. Dos bares da Cidade Baixa, onde suas releituras de sambas e clássicos da música brasileira conquistaram a boemia, devem embarcar em turnê pela Europa em 2017 com temas próprios no set list.
Diferentemente das colegas retratadas nesta reportagem, Maria Luiza foca seu trabalho na interpretação. Já fez algumas criações com os colegas de banda, mas ainda não quer ser chamada de compositora. Por isso, se esmera na escolha de temas que representem seus sentimentos. No palco, entrega-se às canções. Suas temáticas preferidas são amor, raça, luta de classes e narrativas de histórias, como Despejo na favela e Saudosa maloca, de Adoniran Barbosa:
– Acredito no que estou dizendo e entro no universo do personagem. Assumo o discurso da canção como se fosse meu.
Cuidadosa com a imagem – dela e da banda –, Maria Luiza utiliza os conhecimentos da formação em Publicidade e Propaganda para a divulgação da Samba e Amor. Gosta de vestir peças que casem com sua personalidade, pede opinião sobre o figurino a pessoas próximas e tem a ajuda de uma maquiadora em ocasiões especiais.
A cantora também tem um lado empreendedor. Entre si, os músicos da banda se chamam de sócios, cada um assumindo uma responsabilidade. A dela é cuidar do contato com o público nas redes sociais e da identidade visual do material de divulgação.
– O amor pela musica é básico, mas trabalho como em uma empresa – explica a intérprete.
"É determinada e ousada. Apesar de muito jovem, conhece tudo de música brasileira tradicional. É super segura e lidera com firmeza um grupo de homens jovens, uma relação semelhante à que a Elis Regina tinha com os músicos." Juarez Fonseca, crítico musical
Maria Luiza aproveitou o trabalho final do curso para pesquisar a carreira de Elis Regina a partir das ferramentas de marketing. E, antes de colar grau, já estava matriculada em Música Popular na UFRGS. Todos os caminhos a levam à música.
INFLUÊNCIAS: Elis Regina, Gal Costa e Clara Nunes, Maria Bethânia
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Ficha técnica do ensaio:
Fotos: Mateus Bruxel
Cabelos Diego Sarkisian (Diego Cabelos) e Thiago Roldão
Maquiagem: Cassiano Pellenz e assistente Índia Santos (salão Cassiano Pellenz)
Agradecimentos: Theatro São Pedro