O desfile que acontece fora dos desfiles. Essa é a moda de rua ou o street style que o mundo vê ditado em imagens. Mulheres lindas, bem vestidas, cheias de novidades e com uma bateria de informações riquíssimas. Os anos 70 são os grandes vencedores. O truque de produção, de refazer o que já deu muito certo um dia, continua sendo o trunfo da grande parte dos criadores que, espertamente, já tem suas embaixatrizes desfilando as novidades do lado de fora dos desfiles. Desesperou na imagem que viu?
Calma meu bem, tudo isso será brevemente despejado nas lojas. Ideias (e não produtos) falsas ou originais? Isso não existe mais. Assim como na arte, a base já foi vista e visitada em algum momento da história e as releituras são bem-vindas em meio a uma crise total de falta de inspiração (fruto da falta de informação). Sendo assim, só nos resta curtir e delirar e escutar o toque de hello vamos usar essa moda assim e agora” . É tudo bem claro. Tudo passa a ser divertido, mais leve quando não existe o fantasma de uma mentira para nos fazer pensar que é novo. Não é novo não. É renovado.
:: As peças que são vilãs, mas que podem se tornar nossas aliadas | Ana Clara Garmendia :: Dúvida sobre o que vestir? Aposte na monocromia | Ana Clara Garmendia
Usaremos muito a camurça, seja ela misturada com crochê ou sozinha em vestidos, capas, minissaias. Usaremos pequenas bolsas-sacos metálicas com franjas penduradas. Elas vêm em metal, mas podem ser em tecido. Existe um triunfo da estampa psicodélica e nós, como se, imaginariamente, embalados por uma forte dose de LSD viajaremos nessa mistura, nesse delírio e já não nos importaremos com coerências. A seriedade também tem. Onde tem loucura, tem severidade, repressão. Pense em ser uma secretária do futuro e volte a usar os terninhos comportados. Precisamos dessa roupa também. Abre alas que 2015 tem muito para desejar e comprar . Foi isso que Paris mostrou. É festa, é circo e é também hora de trabalhar. Au revoir. Semana que vem tem mais. #diretodeparis @anagarmendia
Cinco elementos
A fórmula das misturas volta à tona, mas preste atenção: não é virar uma árvore de Natal não. Existe um estudo, uma harmonia, uma pesquisa. Minha dica? Coloque todas as suas roupas e acessórios em cima da cama, no sofá, seja lá onde couberem e encontre as peças que falam umas com as outras. É infalível.
É moda fazer arte
A exposição Iconoclastas da marca italiana Prada aproveita a imaginação de artistas de vários lugares do mundo para intervir em algumas de suas principais boutiques. Aqui em Paris foi Milena Canonero quem cruzou as coleções da marca com seus trabalhos junto ao cinema. É, sem ícones, não há razão para fazermos moda. Eles são vitais para aguçarmos nossos sonhos de consumo.
Razão e sensibilidade
A moda está bem assim. A razão? Nossa necessidade de roupas amplas, quentes, que nos permitam movimento e conforto. A sensibilidade? O romance, a viagem ao japonismo, a vontade de ser único em meio a um batalhão de gente perdida em busca de uma imagem igual a outras tantas.
Ofusca que eu te ofuscarei
A top Jessica Stam reapareceu em Paris com a simplicidade dos looks dos anos 90. Fala-se em 70, mas o grunge dos anos 90, embalados pelo som de Kurt Cobain são clássicos. E nunca morrem.
Decifrado
Códigos totais dos anos 70 revividos pela moda em 2015. Anote bem. Resgate os trench-coats da tia, mãe, avó ou passe uma boa revista nos brechós da cidade.
Desmentindo tudo
Falei para cadenciar as informações e tenho Anna Dello Russo para me desmentir. Camponesa anos 70 com patuás e balangandãs. Folclórica.
Mais 70
E o empresário brasileiro Alexandre Birman mostrou em show room aqui em Paris sua coleção homônima para o outono-inverno 2015. Tudo setentinha. As botas de camurça com franjas e detalhe em macramê são fiéis ao estilo da década que nunca morre para a moda.
Entra no clima das viagens no tempo escutando:
Bisous!