Minha viagem começou em Delhi. Uma surpreendente cidade, capital da Índia, é a maior metrópole em área e a segunda em população. Apesar de seu histórico ser uma mistura entre reinados e colonizações, Delhi é atualmente uma cidade vibrante, sendo o maior centro cultural, político e comercial da Índia.
Logo na chegada, depois do cansaço de um longo voo (e uma chegada em um aeroporto surpreendentemente moderno), fomos para um dos pontos turísticos mais importante da cidade, a maior e mais bela mesquita da Índia, Jama Masjid. O lugar impressiona pela majestosa arquitetura. Aqui tive meu primeiro contato com o povo indiano e de forma engraçada: um senhor veio me pedir para tirar uma fotografia (com umas daquelas máquinas bem antigas, tipo a “Xereta”), ok disse eu, pensando que ele queria que eu batesse uma foto dele. Para minha surpresa, o que ele realmente queria era uma foto comigo e com sua família de umas 12 pessoas! Lá fui eu.
Em seguida encarei uma verdadeira aventura: um passeio de riquixá pelas ruas da Delhi antiga. Céus, achei que eu não chegaria inteira a lugar nenhum. O menino corria, desviava, parava… tudo num labirinto interminável de gente, de carros, de tuc-tus e riquixás, no meio de vielas estreitas muito cheias… foi surreal (o que eu recomendo e repetirei em uma próxima viagem!).
Delhi é grande, e tem um misto de oriente e ocidente, o moderno e o antigo lado a lado. A cidade tem hotéis fantásticos, ponto forte na Índia (alguns dos melhores 5 estrelas do mundo estão no país), e uma infinidade de boas opções para quem quiser provar as delícias da culinária do país, como os restaurantes The Spice Rout e Indian Accent (recomento). Ótimas compras, principalmente de objetos de decoração, são uma verdadeira perdição.
De lá saímos para Agra. Conhecida como a cidade do Taj Mahal, um monumento dedicado ao amor, que representa a Índia em todo o mundo.A fortaleza foi construída em mármore branco, com trabalhos delicados de pedras preciosas incrustadas. O imperador Shah Jahan encomendou-a em homenagem a sua linda esposa Mumtaz Mahal e demorou 22 anos para ser finalizada. Muita gente não sabe que toda aquela obra maravilhosa foi feita só para guardar uma tumba, achando que é um palácio ou algo assim.
A chegada ao Taj Mahal já emociona. O mausoléu é imenso, delicado, e a impressão que eu tive é de que ele flutuava. Aqui de novo fui surpreendida, desta vez pelas mulheres indianas, que acharam muito interessante eu ter feito uma tatuagem de henna nas minhas mãos e braços, e pediam para ser fotografadas comigo. Acho que eu e elas nos divertimos muito.
Além do Taj Mahal fomos visitar o Agra Fort, que com certeza me encantou. O lugar é lindo, a arquitetura delicada. O lugar parece ter uma aura especial, como se o tempo parasse enquanto estamos lá dentro.
Jaipur também estava no roteiro. A cidade, fundada em 1727 pelo Marajá Jai Singh, é a capital do Rajastão e conhecida também como Cidade Cor-de-Rosa.Visitamos o Palácio do Marajá, o mais suntuoso edifício da cidade e o Palácio dos Ventos, com sua elegante fachada de argila decorada por centenas de pequenas janelas, por entre as quais o vento circulava e por onde as concubinas espreitavam o mundo exterior.
Aqui tive um dos pontos altos da viagem (devido ao meu encantamento por eles): subi para visitar o Amber Fort no dorso de um elefante. Os bichos são imensos, pacatos e adoráveis. Dizem que tais elefantes, claro que depois de muita briga, não são explorados, trabalham apenas algumas horas por dia e são muito bem cuidados (realmente espero que sim!).
De todos os lugares que visitei, um dos que mais ficou na minha memória foi Pushkar. Aqui fica o "Bhrama Temple", único templo da Índia dedicado ao Deus Bhrama (todos os outros templos construídos para este Deus foram destruídos, por isso a importância do lugar). Parece ter saído de um filme, uma lugar parado no tempo. A cidade fica perto do deserto de Thar, onde pode-se fazer um safári em camelos para apreciar paisagens lindas, um céus espetacular e cores incríveis ao nascer ou por do sol.
As cores da Índia são fortes, a comida é forte, mas o que mais me abalou foram as pessoas. Não visitei ainda nenhum outro país onde a riqueza e a pobreza estivessem tão lado a lado, onde os contrastes fossem tão imensos. Os indianos são servis de uma forma diferente, é uma coisa interior. As pessoas são queridas, querem te agradar de todos os jeitos. Eu tinha vontade de conversar com cada pessoa com a qual tive contato. Lembro de um menino que pilotava um riquixá, com o qual conseguimos conversar um pouco mais. Ele dizia adorar levar os turistas, pois assim conseguia praticar seu inglês. Ele tinha uma hora de aula diária com sua esposa, que era mais instruída do que ele. Se ele levasse um número X de turistas (não lembro qual era) em dois anos talvez ele conseguisse comprar seu próprio riquixá, o qual custava… US$ 100,00.
Lembro também de um dia ver uma criança, um menino, com alguma má formação física, em frente a muralha de um hotel 5 estrelas que estava indo visitar. Aquela criança tinha um olhar que eu não esqueci até hoje por um minuto sequer, até hoje. Lembro de meninas lindas, de pele escura e olhos verdes, vestidas em sáris bordados, dignas de capas de revista.
Quero voltar a Índia, quero ir a Varanasi, quero ir a Udaipur e quero descansar em um spa no Himalaya. Quero conhecer melhor as pessoas, quero me hospedar em palácios maravilhosos e ter mais tempo de fazer compras.
E você, está com o coração aberto para se apaixonar pela Índia?
*Fotos: Luciane Garcia