Eu sei que nem sempre a vida é morena, alta, bonita e sensual. De vez em quando bate um desânimo, a gente entra em um ciclo sem fim de problemas, pedras no caminho, dúvidas e incertezas. E você já deve ter percebido que quando algo ruim surge outras coisas ruins chegam de mansinho. Ou de supetão.
Nem sempre as paisagens são bonitas e interessantes. Sei que em muitos momentos ficamos cara a cara com um precipício, um abismo, um buraco negro, uma vontade crescente de fugir e sair de cena. Mas é impossível trocar o canal da vida ou pausar esse filme que tem diversos gêneros: terror, romance, suspense, comédia. Somos os principais protagonistas e, por isso, temos a obrigação de arcar com nossos próprios atos e resoluções.
O problema nem é ter problema, mas não saber como resolvê-lo ou, ainda, culpar os outros por coisas que te pertencem. Nunca entendi muito bem quem desconta suas mazelas em terceiros. Olha, se a minha vida está confusa tenho três saídas: vestir a roupa de vítima e/ou fechar a cara e/ou ser estúpida com quem me rodeia, ficar parada vendo a banda passar, como se fosse uma espectadora da minha própria vida ou tentar sair desse mato sem cachorro. O que não dá é para ficar pelos quatro cantos chorando as pitangas, morangos e melões, esperando uma providência divina ou dizendo que a culpa é do vizinho.
A responsabilidade da minha vida é minha. De mais ninguém. Todas as minhas atitudes têm consequências, boas ou ruins. Mas quem tem que lidar com elas sou eu. Não posso transferir esse pepino, passar adiante ou xingar quem cruza o meu caminho. Os outros não têm culpa.
Sei que muitas vezes acabamos colocando em outra pessoa muito mais do que ela suporta. Mas é importante colocar a mão na consciência e entender que neste jogo de xadrez que é a vida, cada movimento traz uma consequência e mostra um novo ângulo. E cada novo ângulo traz consigo oportunidades de mudar e crescer.
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