* Na foto, obra de Mário Zanini (1907- 1971)
Para mim, os jogadores de futebol são como aqueles astros de cinema que me interessam mais por suas movimentadas biografias ou pelos comentários de bons cronistas a respeito do seu desempenho profissional do que pelo seu trabalho propriamente dito.
Muito cedo, porém, percebi a energia que o futebol era capaz de mobilizar. Aos seis anos, via meu irmão, Roberto, então com 13, com uma redinha enfiada na cabeça, de tênis, camiseta e calção, recebendo companheiros da vizinhança na nossa chácara, em Canoas, também fardados para jogar futebol. Aos domingos, os homens da casa se reuniam em torno do rádio gritando gol ou dizendo palavrões diante de jogadas infelizes do seu time. Era a paixão com suas alegrias e decepções.
Na vida adulta, nunca me interessei muito por futebol. Na segunda vez em que um amigo querido me levou ao estádio do Internacional e seu time saiu derrotado, decidi nunca mais voltar: cheguei à conclusão de que era pé-frio.
Ainda assim, torço para a Seleção Brasileira. Assisti à abertura da Copa em casa, aflita diante das dificuldades que a Croácia ofereceu aos nossos astros e vibrando com os três gols da vitória. Fiquei contente com uma das defesas de Julio Cesar, pois é a sua despedida.
Fui contra a realização da Copa no Brasil - por motivos óbvios. Mas agora o momento é de usufruir da grande alegria e dos afagos na nossa autoestima que apenas o futebol pode proporcionar. Vamos torcer para que o Brasil vença esta Copa e para que todo nosso talento no campo se reflita em outros aspectos do país.
Dress code nos estádios
Os homens perdem mais facilmente o controle, assumindo por vezes atitudes de selvageria nos momentos mais tensos da paixão das torcidas. O traje esportivo confortável precisa garantir um visual correto de calça, ou bermuda com camiseta, pensando num modo mais seguro de guardar dinheiro e documentos. Nesta atmosfera de paixões acontece muita coisa. Por isso, as mulheres precavidas evitam decotes profundos, e short/sutiã como se fossem passear na praia, para não ouvir gracejos pesados e sentir uma mão boba.
Vaiar é um direito, ofender não
Nos novos estádios, as arquibancadas foram substituídas por cadeiras. Nos momentos de grande entusiasmo e na movimentação da "ola" diante de um lance mais decisivo no campo, os torcedores todos se levantam, então é hora de acompanhar o clima em volta. Quanto à vaia com ofensa pessoal contra a presidente Dilma na abertura da Copa, veio de uma torcida que pode pagar o alto valor dos ingressos - e que deveria mostrar mais educação. A notícia, tão constrangedora para o Brasil, foi destaque internacional. A vaia é um direito democrático - quando feita sem palavrões.
Era assim....
Uma regra antiga de etiqueta considerava uma descortesia dos anfitriões levantar-se da mesa para ir atender ao telefone e demorar-se falando antes de voltar a dar atenção a seus convidados. Quando a telefonia celular começou a ganhar importância, era seguida essa primeira regra e não se sentava à mesa com telefone celular à vista. Médicos deixavam o celular sem som e pediam licença para atendê-lo quando aguardavam chamada de um paciente.
Hoje é assim
A maioria das pessoas é escrava do celular a ponto de, em um restaurante, ficar mais atenta ao aparelho do que aos convivas em volta. Um leitor da coluna nos envia o divertido quadrinho, garimpado na internet, com uma bem-humorada crítica a esse tipo de comportamento.
:: Etiqueta na prática
Envie sua pergunta para a Celia: contato@revistadonna.com
Recusar sem ser grosseiro
"Já me aconteceu de estar sozinho num restaurante e entrar um conhecido que me cumprimenta e pergunta se me importo se ele sentar-se comigo. Outras vezes é o contrário: eu entro e um conhecido me convida à sua mesa, quando há outras vazias. Se não estou a fim de aceitar o convite, como procedo sem ser grosseiro?" RICARDO
Agradeça e diga que está à espera de uma amiga ou que precisa lanchar rapidamente e "fica pra outra vez". É evidente que se o restaurante estiver lotado a sua reação será diferente.
Perguntas de ordem íntima
"Estou casada há seis anos e depois de um tempo amigas de minha mãe vivem a perguntar se não vamos ter filhos. A princípio, respondia em tom de brincadeira que estávamos treinando e dando folga para os futuros avós. Acontece que estou fazendo tratamento para engravidar e essas perguntas estão me deixando angustiada. Dizer o quê?" MELANIE
Perguntas sobre a vida íntima são sempre impróprias. Merecem uma resposta assim: "Vocês não se preocupem com isso".
Entrar por duas vezes no cortejo
"Vou entrar na igreja com meu sobrinho, o noivo, que é filho de uma irmã minha já falecida. Quem será o par do pai do noivo?" LILIAN
A maioria das igrejas tem alas laterais. Entre com o noivo, representando sua mãe, ele fica à espera da noiva ao pé do altar, enquanto você sai discretamente pela lateral em direção ao local onde estão os padrinhos e o pai do noivo. Dirija-se então ao altar pela ala central com o pai do noivo, e fiquem no altar junto dos padrinhos, em seus devidos lugares. Os noivos saem após o ato religioso, seguidos pelos pajens, os pais da noiva e o do noivo com você, e os padrinhos.