Um belo dia ele repensa as coisas e decide que não quer mais. E você fica se perguntando onde errou, tenta achar um modo de consertar as coisas, pensa de que maneira pode reverter essa terrível situação.
Durante dias decide repassar mentalmente a história de vocês, tenta achar alguma razão para ele ter tomado uma atitude como aquela. Relembra, com uma mistura de carinho e tristeza, os beijos, as conversas, as viagens, os planos. E sofre. Sofre alucinadamente. Conta a mesma história duzentas e nove vezes para a melhor amiga, a colega de trabalho, a moça do caixa do supermercado e a manicure. Todas são categóricas: não há o que fazer.
E aí a gente se joga no chocolate!
Você sofre. Vasculha a vida dele no Facebook. Tenta descobrir se tem outra na jogada. Segue ele por todos os lugares. Liga e desliga quando ele atende. Descobre, através dos amigos em comum, que ele não está sofrendo. Isso te faz sofrer ainda mais.
Depois de algumas lágrimas, pequenos porres e muita investigação, descobre que não existe mulher nenhuma, que ele não está com nenhuma doença terminal, que não anda bebendo ou usando drogas, que não entrou em nenhuma seita misteriosa, que não mudou de opção sexual, que não vai se mudar para outro país. Ele apenas não quer mais ficar ao seu lado.
Depois de muita análise, alguns tarja preta, muitos filmes melosos, algumas barras de chocolate, muitas palmadas na autoestima e pequenos momentos de autocrítica, você descobre que não tem nada de errado. Que é uma mulher bonita, legal, inteligente e divertida. Que as pessoas são livres para gostar de quem quiserem. Que um relacionamento às vezes acaba porque tem que acabar. Que ninguém é obrigado a gostar de você só porque você quer. Que freqüentemente a gente gosta é do gostar, e não especificamente daquela pessoa. Que quando for o tal do "pra ser" vai ser. Que não pode depender emocionalmente de ninguém, a não ser de você mesma. E que é preciso, antes de tudo, se gostar. Muito.