A beleza e qualidade dos trajes do filme O Tempo e o Vento estão sintetizadas no vestido branco que Fernanda Montenegro (Bibiana Cambará) tão bem leva no grande final. Esses figurinos são criados por Severo Luzardo, gaúcho de Uruguaiana, neto do político João Baptista Luzardo, contemporâneo de Getúlio Vargas. Severo é contratado da Globo e já possui 51 prêmios na categoria figurino, inclusive um Emmy Internacional por seu trabalho na novela Laços de Sangue.
Severo respondeu do Rio minhas perguntas por telefone. Muitas roupas femininas são de brechó. O vestido branco, no final de Bibiana, é de cambraia de algodão - uma camisola longa adquirida na Feira de Santelmo, em Buenos Aires. Sobre o bordado original do corpo foram acrescentadas rendas de época - e 1,5 mil minipérolas tiveram aplicação no vestido. O traje de casamento de Bibiana quando jovem (papel de Marjorie Estiano) é em bordado Richelieu (desenhos vazados), também adquirido em Santelmo de uma cortina antiga.
- Para não haver cortes no bordado, fizemos o vestido em tela de algodão e aplicamos a cortina sobre o molde para os necessários recortes - explica o figurinista.
Quem fez essas roupas, no Rio, foi a costureira Suely Gerardth, especializada em figurinos de teatro. Para maior autenticidade na textura dos tecidos, Severo valeu-se da pesquisa dos pigmentos de obras de artistas argentinos, uruguaios e brasileiros, que pintaram temas relativos ao período de 1700 a 1800 no sul do Brasil. As calças masculinas de crivo foram feitas para o filme em Uruguaiana; os chiripás, em teares de Porto Alegre.
Ao produzir as 4,8 mil peças do filme extraído da obra de Erico Verissimo, Severo Luzardo sentiu um compromisso com o povo rio-grandense de fazer um trabalho fiel à época. O resultado pode ser visto nas platéias dos cinemas em todo o Brasil.
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Marie e Yvan formam o casal de jovens estudantes franceses que reside em Porto Alegre há um ano como alunos do curso de Engenharia da UFRGS, através do intercâmbio Brasil-França. Ela tem uma voz suave e canta muito bem ao som do violão; ele faz a percussão e toca saxofone.
O chef Philippe Remondeau convidou Marie e Yvan para cantar e tocar durante os almoços de domingo no seu restaurante. A dupla agrada em cheio. No jardim coberto, em meio à vegetação, se degusta a cozinha francesa, com escalope de foie gras ao porto e um filé de peixe com molho champagne e batata Dauphin. Em tempo de primavera, apetece uma boa gastronomia com música ao vivo.
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Lugar da salada no cardápio
"Achei estranho quando me contaram que na Europa servem a salada após o prato principal e não no início de uma refeição, como nós fazemos. Vou viajar em excursão e não gostaria de cometer gafes". JULIANO
É verdade, mas isso não acontece habitualmente, devido à influência dos turistas. Quando a salada é oferecida nessa seqüência, a razão é tirar o gosto na boca para comer a sobremesa. Há ainda outra forma de servir: numa tigelinha, à esquerda do prato, a salada já está servida. Come-se pouco a pouco, como acompanhamento do prato, ou depois, com a tigelinha sempre no seu lugar. A salada como abertura do cardápio é para preparar o estômago e saciar um pouco da fome. Quem faz dieta para emagrecer sabe disso.
Telas enormes e pouca parede
"Resido num apartamento pequeno e com pouco espaço para quadros grandes, já que uma parede é envidraçada e a outra tem uma estante. Recebi uma bela tela de presente e não sei como faço para ser franco, sem ser grosseiro." ISABELA
Quando a obra é adquirida em galeria de arte, fica fácil trocá-la e depois avisar a pessoa a respeito do motivo. Se a obra pertencia a quem a presenteou é mais complicado. Usa-se muito ter telas no chão, apoiadas em estante de livros, por exemplo. Seria uma solução. Ou convidar a pessoa para uma reunião em sua casa, para ela perceber o problema e você ver sua reação.