Muitos mascotes se divertem em momentos na praia ou no campo com seus tutores no período de tempo no veraneio. Para os que não se enroscaram no fio de pesca e nem meteram o nariz em um formigueiro, agora é hora de voltar para casa e à rotina.
Contudo, depois de alguns dias em território alheio, sempre é bom estar atento às mudanças comportamentais de seu mascote e verificar se ele realmente está limpo e saudável nesse fim de verão.
Veja algumas dicas:
O que prestar atenção no pet ao final do verão
1. Pelo emaranhado
Para quem aprecia o pelo lindo e macio do mascote, saiba que sol, mar e terra podem ter contribuído enormemente para danificar os fios, que de agora em diante passarão a ter um aspecto mais ressecado.
O que vale para as mulheres também serve para os animais peludos: um bom hidratante capilar pode ajudar a trazer aquele equilíbrio de volta. É interessante cortar a ponta dos pelos, que sempre são as que sofrem mais a ação do tempo.
2. Fungos
A turma que curte um "pelego" no pet sabe o que eu quero dizer: quem tem pelo comprido costuma exalar um cheiro forte quando fica muito tempo sem banho. Parte desse odor pode ser atribuído aos fungos, microrganismos que crescem sorrateiros em pelos longos, em especial os emaranhados. E atenção: a pele debaixo desse pelo pode sofrer danos ainda maiores, o que pode evoluir para uma dermatite.
3. Pulgas e carrapatos
As famigeradas pulgas estão em primeiríssimo lugar na preocupação dos tutores, e não é por menos. Uma única pulguinha pode colocar mais de mil ovos pelo carpete da sua casa. Parece bobagem, mas um simples banho antipulgas, preferencialmente em uma pet shop, pode evitar esse problema.
Digo em uma pet porque, havendo parasitas, melhor que trafeguem em uma pet, que tem estrutura para eliminá-los posteriormente, do que ficarem transitando em casa. Entre dar um banho em casa ou em estabelecimento comercial, opte pelo segundo, desde que seja um ambiente limpo.
E não pense que só as pulgas trazem transtornos pós-férias. Carrapatos também proliferam bastante depois que ganham o chão e até bicho-de-pé, que, acredite, é um parente da pulga, pode contaminar o ambiente em casa.
4. Verminoses
Esse é outro problema silencioso, que pode estar no intestino do seu pet gerando incômodos. Por estar rechonchudo, seu pet ainda não mostra sinais, mas pode ter uma lombriga enorme se desenvolvendo dentro dele, já pensou? Embora seja prático comprar vermífugo e administrá-lo ao pet, saiba que não é o mais sensato a fazer, pois existem diferentes tipos de vermes, e alguns não estão no intestino, e sim no coração.
O tipo de medicação que afeta um não faz nem cócegas no outro. O ideal é a realização de um exame coprológico, o famoso exame de fezes, que mostra com precisão o que deve ser administrado, se for o caso.
5. Dentes
É comum, durante as férias, as famílias alterarem a dieta dos pets. Sendo assim, carnes, restos de alimento, como feijão e arroz, e até guloseimas podem ter sido ofertadas aos animais. Por conta disso, uma grossa camada de placa bacteriana pode estar grudada nos dentes de seu pet, o que contribuirá para o tártaro e o mau hálito.
Uma escovação profissional seria um bom presente para a família que curte beijinhos e lambidas do pet. Remove todos os resíduos e dura por muitos meses — se a dieta apropriada voltar ao normal.
6. Doenças infecciosas
Quando falamos em doenças infectocontagiosas, nos referimos àquelas que podem ser evitadas com a vacinação. Por essa razão, você ouve com frequência a pergunta: "Está com a vacinação em dia?".
Doenças como cinomose, parvovirose e calicivirose, por exemplo, precisam de um animal doente nas imediações para que haja contato com ele ou com as secreções que saem do corpo dele. Por isso a importância de, na dúvida, evitar que um animal cheire o nariz do outro. Pets vacinados não estão imunes a essas doenças, mas o sistema imunológico foi previamente preparado para defendê-los em caso de infecção.
Por conta disso, doenças infectocontagiosas podem aparecer de forma diferente, até mais brandas, em animais vacinados. Pode demorar mais de duas semanas para aparecerem os primeiros sinais de mal-estar. Muitos tutores não relacionam a súbita indisposição de seus pets no período pós-praia a doenças adquiridas naquele período. Fique atento a vômitos, diarreias, espirros e tosses duas semanas após o término do período de veraneio dos mascotes. Se acontecer, procure o veterinário.
7. Tristeza
É bem comum tutores relatarem pets tristes, quietos ou isolados depois que terminam as férias de verão. Não esqueça de que seu mascote ficou leve, livre e solto, ganhado mimos de todos — pessoas naquele momento isentas da obrigação de acordar cedo e sair de casa, deixando o animal sozinho o dia todo. Essa é uma das razões que podem justificar um pet com cara de poucos amigos quando retorna à casa da família. Não é, necessariamente, por motivo de doença.
8. Tremedeiras
Com a chegada do mês de março, as temperaturas podem ficar bem mais amenas, o que pode explicar a tremedeira do seu pet. O animal tende a buscar lugares mais quentinhos da casa ou até se enrolar todo para dormir.
Não é doença, é frio mesmo, ainda mais em animais que foram tosados no meio do verão e não tiveram tempo de formar uma camada maior de proteção térmica. Além disso, existem pets extremamente sensíveis ao frio, para os quais temperaturas próximas aos 20ºC já causam algum desconforto.
9. Olhos inchados
Às vezes passa desapercebido, mas saiba que não é raro um pequeno desconforto no olho do mascote virar um grande tormento na volta da praia. Sol, areia e pequenos cortes na córnea, em um primeiro momento, não são dignos de preocupação, mas o que parece uma irritação passageira pode virar pálpebras inchadas e vermelhas, com o pet fugindo do contato com a luz. Com olho não se brinca e não tente resolver em casa. Procure assistência veterinária.
10. Coceira no ouvido
Independente do verão, sempre verifique a saúde do pavilhão auricular do seu mascote, em especial cães com orelhas voltadas para baixo, pois essa anatomia dificulta a ventilação do canal.
Cheiro ruim na orelha do pet não é sinal de doença, mas sim de ácaros. Esse bichinho dentro do ouvido causa uma coceira danada que prejudica o bem-estar do pet. Ácaros amam o calor e isso explica o aumento de casos de coceira de ouvidos no verão.
O uso de pomadas que atendem a essa finalidade — deixar ouvidos livres de ácaros — é um custo muito baixo para o benefício que traz. Observe se existem coceiras insistentes no ouvido dos pets e procure orientação.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação.