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O que pode significar ganhar um animal de estimação no Dia dos Namorados?

Muitos casais se lançam na aventura de cuidar de um pet e, às vezes, isso pode ser a preparação para um próximo passo

Daisy Vivian

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Pode haver um grande significado por trás da escolha de presentear com um pet

Para quem está na expectativa dos mimos de Dia dos Namorados, saiba que não é pequeno o número de pessoas que está aguardando para dar o melhor e mais fofinho dos presentes: um animal de estimação

Para as caras-metades que começarão a semana com um novo pet, atenção: pode haver um grande significado por trás dessa escolha que parece, em um primeiro momento, algo bastante simples. E não estamos falando do tipo de pelo e o tamanho do focinho do mais novo integrante da família

Já é consenso que muitos casais, até mesmo namorados, se lançam na aventura de cuidar juntos de um animal de estimação, um preparo prévio do que pode evoluir para um próximo passo. O resultado dessa experiência? A decisão de ter filhos.

Candidatos a avós que fiquem atentos: o gatinho adotado de um abrigo ou mesmo um simpático vira-lata pode ser o anúncio da chegada dos tão sonhados netos em um curto espaço de tempo. Enquanto isso, o melhor a fazer é mostrar parceria até mesmo para cuidar do pet aos finais de semana. Bobagem? Nem tanto. O jovem casal está promovendo uma experiência e tudo está sendo observado. 

De acordo com a médica psiquiatra Olga Garcia Falceto, existem casais que antes de se atreverem a fazer um filho, aprendem a cuidar de um pet. E isso não vem de hoje. 

Conforme a especialista, as pessoas aprendiam a cuidar de crianças com irmãos mais novos, primos e até mesmo com vizinhos. E o que parecia tão normal – ter filhos – hoje ganha novos contornos que beiram a excepcionalidade. 

A médica, co-coordenadora do Instituto da Família, lembra que nem todas as famílias apresentam essa facilidade, a de mostrar aos jovens que um filho é um filho e não um bicho de sete cabeças. Essa falta do convívio familiar com bebês faz com que muitos jovens inventem uma forma de promover essa experiência antes de partir para o mundo desconhecido — e por vezes assustador — que é a maternidade/paternidade.

Os resultados podem ser surpreendentes. Há relatos de mulheres que até perceberam que seus companheiros não se mostraram lá tão eficientes assim na divisão das responsabilidades. O bom disso é que não haverá surpresa e menor pode ser a desilusão. Uma vez que o casal percebeu que acordar cedo para cuidar de um pet é cansativo, imagine como fica o ser humano que acorda de madrugada com um bebê gritando a plenos pulmões?

Quando o animal de estimação serve também para plataforma de experiências e autoconhecimento, há quem decida ficar por essa etapa mesmo.  

— Por acharem o mundo muito volátil, incerto e ambíguo, com medo do aquecimento global, existem casais que decidem não ter filhos — explica a psiquiatra. 

A partir desse ponto, o casal compartilha das alegrias com amigos, parentes e sobrinhos, sendo os pets as criaturas mais próximos de "filhos" que eles podem ter.  

— Ou podem decidir avaliar suas opções em psicoterapia de casal e podem descobrir alguns medos corrigíveis, muitas vezes relacionados com não quererem repetir a forma como eles mesmos foram criados — complementa.

Então, atenção às pretendentes à maternidade que em poucas horas terão um pet bem peludinho nos braços. Já busquem indicações de clínicas veterinárias e petshops para dar início ao calendário de vacinação. Ele é menor e menos complexo que aquele destinado a um bebê, mas o que vale aqui é a prevenção de doenças no animal. 

Tenha a consciência de que alguns sacrifícios podem ser necessários nessa fase de adaptação. Atropelos fazem parte desse período, mas são fundamentais para sedimentar as bases de uma fantástica experiência, que é a de compartilhar a responsabilidade de cuidar de alguém.

Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação.

*Colaborou com este conteúdo: Olga Falceto, médica psiquiatra 

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