Para os tutores que mantêm suas mascotes íntegras no que se refere ao aparelho reprodutor, pode chegar um momento em que o desejo por um filhote comece a bater mais forte. Afinal, a velhice chega para os animais bem mais cedo se comparado aos seus tutores, e a possibilidade de ficar sem um descendente dessa figura tão marcante em nossas vidas pode deixar algum ressentimento.
Por outro lado, para quem não aguenta mais aquele desagradável período de cio – em especial, nas gatas, que sabem ser fiasquentas – a proximidade do fim do período fértil é aguardada com entusiasmo.
Mas e agora? Até quando uma mascote mantém sua fertilidade? Em que momento podemos parar de nos preocupar?
Primeiramente, cabe lembrar que cada animal é distinto e que a variação pode ser grande, levando em consideração a raça predominante (no caso de vira-latas), peso e até a temperatura média anual na cidade onde reside. Sim, o sol influencia, mas, via de regra, podemos dizer que as gatas podem ser mães até a idade de 12 anos.
Isso não quer dizer, necessariamente, que será uma gestação saudável e numerosa. Com o passar dos anos, elas começam a espaçar mais um cio do outro e, em caso de prenhez, o número de gatinhos também passa a ser menor, podendo chegar facilmente a apenas um por gestação.
Avalie o contexto
Se você pretende ficar com um descendente de sua mascote felina, recomenda-se fazer isso entre os quatro e sete anos dela. Vale mencionar que gatas já são férteis com menos de um ano de idade, mas, se o propósito é ficar com um filhotinho, o ideal é espaçar mais.
Caso contrário, você terá duas gatas velhas em casa, podendo até mesmo a filha morrer antes da mãe. Se a ideia é perpetuar, garantir um maior tempo de idade entre as gerações é uma boa estratégia para manter a família felina debaixo do seu teto por mais tempo.
As cadelas, por sua vez, têm esse leque de tempo bem diferenciado. As grandes, como rottweiler, assim como mestiças dela, começarão sua vida reprodutiva com um ano e meio, aproximadamente, e estarão dando adeus à fertilidade com a idade de sete, oito anos.
Isso não significa que não vão mais reproduzir. Mas, a exemplo das gatas, as ninhadas começam a ficar menores, pois menos serão os óvulos viáveis e menos embriões se fixarão na parede uterina para posterior desenvolvimento.
Porém, não se recomenda promover gestações nessas cadelas com idade superior a sete anos, pois tudo pode complicar. Nessa idade, as grandes já podem estar com comorbidades silenciosas, como cistos no útero e questões cardíacas que podem comprometer a boa gestação. Se quiser um filhote de grande porte, faça isso com maior segurança antes dos cinco anos, sendo o ideal a idade entre três e quatro anos.
O bebê da casa
Já cadelas pequenas, como as pugs e lulus, têm período fértil que pode avançar mais alguns anos, podendo ultrapassar uma década. Mas a regra vale para todas: não é interessante promover a gestação em idade avançada, mesmo em cadelas de pequeno porte. Embora elas ainda sejam férteis, ou subférteis, garantir uma gestação saudável é fundamental.
Raças pequenas atingem a maturidade sexual mais cedo, algo em torno de nove meses, mas isso equivale a uma gestação na adolescência. Permita a sua mascote ser o "bebê" da casa por mais alguns anos e pense naquela saudável diferença de pelo menos quatro entre mãe e filha para não ter duas idosas simultaneamente.
A idade de quatro a cinco anos segue sendo a melhor para promover o nascimento dos descendentes. Cadelas de raças pequenas engravidam mesmo em idade superior a 10, mas é um risco que se corre, pois a elasticidade muscular, assim como questões hormonais e cardíacas, podem estar comprometidas.
Observe sempre
Se sua mascote tiver idade maior de seis anos, acompanhe bem de perto essa gestação, o que inclui revisão quinzenal por meio de ultrassonografia. Saber quantos filhotes ela espera e o tamanho deles é fundamental para encaminhá-la para um bom parto.
Além disso, só o médico veterinário poderá acompanhar o ritmo cardíaco e demais funções de sua mascote enquanto ela estiver gestando. Também é interessante o parto ser acompanhado pelos profissionais que saberão atuar imediatamente caso algum dê mais trabalho ao nascer. Depois disso, é partir para o abraço e escolher o nome daquele que dará prosseguimento ao bom astral da casa.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação.