Muita gente tem dúvidas sobre como fazer e se é possível deixar as orelhas de seus pets "empinadinhas", para cima. De fato, algumas raças ganharam notoriedade por essa característica, como é o caso dos Chiuahuas, Pinschers, Borders Collie e Yorkshires. Embora o Dobermann tenha muitas fotos com as orelhinhas bem altas, o que impunha certa nobreza à raça, esse formato também era obtido pela prática de submeter o animal a uma cirurgia estética, a conchectomia, o que hoje não é mais permitido por lei.
Algumas raças tiveram uma mãozinha da genética, o que permitiu às orelhinhas ficarem em pé, mas até entre seus representantes existem diferenças. Ter nascido sob a égide de determinada raça não é garantia de que seu filhote ficará com as orelhas do jeito que você acha mais bonito.
Cabe lembrar que essa característica é apenas estética. Não há problema algum em seu pet ter orelhas voltadas para baixo.
A seguir, confira algumas informações que você tem que ter em mente sobre este assunto.
Genética
O que é soberano para garantir orelhas empinadas é a genética. Sendo assim, se você quer que seu cãozinho tenha esse charme, dê uma boa olhada nos pais dele — e isso não se consegue comprando seu mascote em lojas.
A dica aqui é verificar "por onde andam" as orelhas da família inteira, ou seja, uma visita ao canil é um fator determinante para saber como será seu mascote. Pai e mãe com orelhas em pé transferem essa característica para seus filhos. E, atenção se um deles tiver uma ou ambas as orelhas voltadas para baixo: é preciso que os dois tenham orelhas empinadas para seu filhote ser igual aos pais.
Orelhas pequenas
As chances de seu mascote ter orelhinhas em pé são maiores se elas forem pequenas. Isso porque a orelha grande fica pesada e acaba caindo. Existem algumas técnicas que podem ser aplicadas para tentar empiná-la, mas não há garantias de que vai dar certo.
Tala
O tecido que compõe a orelha do mascote é o cartilaginoso. Toque na sua para sentir como é. Essa parte é mais dura, e é isso que define a possibilidade de ela ficar em pé na fase adulta.
Existe a alternativa de usar "talas" sob supervisão de um veterinário, caso o cão tenha a orelha em um estado intermediário. Elas consistem em uma combinação de esparadrapos com palitos, colocadas diariamente nas orelhas do animal, durante sua infância.
Eu, particularmente, não acho algo fácil de se fazer, ainda mais quando o filhote sacode a cabeça o tempo todo para se livrar daquilo. Mas é uma tentativa, desde que a genética ajude: volto a enfatizar que cães com o tecido frouxo e orelhas grandes não terão sucesso com manobra alguma.
Suplemento com colágeno
Quando o assunto é orelha de cachorro, se ouve falar de suplementos com colágeno e gelatina. Embora existam pesquisas que comprovem a eficiência do colágeno para efeitos terapêuticos para constituição e regeneração dos tecidos, e isso inclui cartilagens, seu consumo não garante orelhas em pé. Isso porque o colágeno ingerido não vai "migrar" para as orelhas. Seus aminoácidos são distribuídos pelo corpo todo.
O suplemento serve se seu mascote veio com deficiência alimentar, falta de matéria-prima para compor os tecidos. Assim, por mais gelatina e colágeno que sejam oferecidas ao seu cachorro, se suas orelhas nasceram para ser voltadas para baixo, seguirão dessa forma.
É bom esclarecer que a constituição física do seu mascote foi definida no momento da concepção. Logo, o que é visto hoje, orelhas altas ou baixas, é a consequência da combinação de genes, agora estampada na cara do seu pet. O melhor que se tem a fazer é se apaixonar pela carinha do seu mascote do jeito que ele veio ao mundo. O comportamento da raça segue igual. O restante é meramente uma questão estética.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É - histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação". Escreve quinzenalmente em revistadonna.com.