Um dos maiores ícones da moda mundial, Vivienne Westwood morreu nesta quinta-feira (29), aos 81 anos. Segundo nota divulgada em seu site oficial, a estilista britânica faleceu "pacificamente e cercada por sua família, em Clapham, sul de Londres".
Aos fãs, o texto detalhou seus últimos dias: "Vivienne continuou a fazer as coisas que amava, até o último momento, projetando, trabalhando em sua arte, escrevendo seu livro e mudando o mundo para melhor. Ela levou uma vida incrível. Sua inovação e impacto nos últimos 60 anos foram imensos e continuarão no futuro".
O comunicado frisa que "o mundo precisa de pessoas como Vivienne para fazer uma mudança para melhor" e lembra que a estilista praticava o taoísmo, filosofia chinesa que prega a harmonia das pessoas com a natureza. A nota relembra também um pensamento da estilista sobre o tema:
"Nunca houve tanta necessidade do Tao hoje. Tao lhe dá a sensação de que você pertence ao cosmos e dá propósito à sua vida; dá-lhe um senso de identidade e força para saber que você está vivendo a vida que você pode viver e, portanto, deveria estar vivendo: faça pleno uso de seu caráter e pleno uso de sua vida na terra".
Influência na indústria fashion
Responsável pelo sucesso da moda punk e new-wave moderna, Westwood se tornou conhecida nos anos 1970, quando vestiu a banda Sex Pistols. Junto do empresário Malcolm McLaren, que era seu marido, ela desafiou as tendências hippies da época para vender roupas inspiradas no rock.
Ao longo da carreira, Vivienne Westwood foi grande defensora de causas sustentáveis no mercado fashion, promovendo ideias relacionadas à "compre menos e faça melhores escolhas" de moda.
Em seu desfile outono/inverno 2019/20 na London Fashion Week, por exemplo, Westwood enviou modelos, atores e ativistas para a passarela com cartazes políticos — um dos quais dizia: "O que é bom para o planeta é bom para a economia".
Ativista em causas mundiais
Ela também se dedicava a questões sociais, como o desarmamento nuclear e a defesa dos mais pobres, além de criticar leis antiterrorismo. Em abril de 1989, por exemplo, ela chocou o Reino Unido ao surgir vestida com um terno de Margaret Thatcher na capa da revista Tatler.
Mais recentemente, em julho de 2020, ela se vestiu como um pássaro e ficou dentro de uma gaiola gigante na frente da Corte Criminal Central, em Londres, em protesto contra a extradição para os Estados Unidos do fundador do WikiLeaks, Julian Assange.
“A única razão pela qual estou na moda é destruir a palavra 'conformidade'”, disse Westwood em sua biografia de 2014. “Nada é interessante para mim a menos que tenha esse elemento.”