A chegada de um novo bebê é sempre difícil. Seja para o filho mais velho que até então era o "dono" do pedaço e ganhava todas as atenções quanto para os outros membros da família que precisam se readaptar a uma nova realidade e rotina. Inclusive o tema é tratado com muito humor no filme recém-lançado nos cinemas O Poderoso Chefinho, no qual um menino de sete anos deixa de ser filho único e passa a ter que dividir a dedicação de seus pais com outra criança.
Para deixar esse momento o mais confortável possível para toda a família, confira as dicas da psicóloga Solange Truda:
# Não existe uma idade ideal para que os pais comecem a pensar em ter outro filho, mas a partir dos três anos a criança já tem maturidade para entender o que vai acontecer, já saiu daquela fase do "colo da mãe" e está mais independente para realizar suas atividades diárias.
# Envolva a criança na gestação, mas tome cuidado com o tempo do envolvimento, pois a criança não tem ainda noção de tempo – e nove meses podem parecer uma eternidade. O ideal é que a aproximação maior aconteça a partir dos quatro meses, quando a barriga já começa a aparecer e ela entenderá o que está acontecendo. Mostre os preparativos do quartinho, a escolha do enxoval e até peça ajuda na escolha do nome do bebê.
# Conte para a criança que ela também já foi um bebê e que também já esteve na barriga da mamãe. Mostre o álbum do bebê ou fotos tiradas nesse período.
# Valorize o filho mais velho. Ressalte a importância dele para a família e para o irmão (a) que está por chegar.
# Preserve a rotina da criança. Não deixe que a chegada do novo irmão mude as atividades e horários do mais velho. Siga levando para a escola normalmente, nas atividades extra-curriculares e mantendo horários de banho, jantar e sono.
# Aproveite os horários em que o bebê dorme para ter alguns momentos apenas com o mais velho. Mostre que apesar da chegada do irmão você ainda terá tempo para manter atividades com ele.
Nesse período é normal que a criança mostre mudanças no comportamento, como irritação, agressividade e sinais de regressão (falar como bebê, fazer xixi na cama, querer voltar a chupar bico etc). É supernatural e os pais devem passar por esses momentos sem medo pois, em geral, é passageiro. Procure conversar, perguntar como a criança está se sentindo e o porque de estar fazendo tal atitude. Se perceber que a situação persiste por um tempo muito longo, procure ajuda de um profissional.
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Vanessa Martini é mãe do Theo e jornalista. Tem um blog, o Mãezinha Vai Com As Outras, onde divida a rotina e os aprendizados da maternidade. Escreve semanalmente sobre o assunto em revistadonna.com.