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Pais e mães de crianças pequenas já vivenciaram a seguinte situação (ou talvez venham a passar logo por isso): ao anunciar a primeira consulta ao dentista, a choradeira e a resistência surgem na mesma hora. É claro que nem todos os pitocos passam por essa dificuldade, mas faz parte do imaginário tanto infantil quanto adulto o chamado medo do dentista. Pudera: com tantos acessórios e aparelhos barulhentos, como não ficar desconfiado?
– A maioria das crianças desde muito cedo manifesta essa insegurança, principalmente quando se trata da presença de "seres de branco", muitas máscaras e agulhas. Isso se deve também a um mito social e que passa de pai para filho – opina a dentista Angélica Kanitz, de Canoas.
O melhor remédio para evitar este incômodo é levar os filhos ainda bebês, para que comecem a achar o consultório mais familiar. Quanto mais o tempo passa, mais difícil fica de desconstruir a imagem negativa. Os pais devem sempre estimular essa rotina de visitas (mesmo que eles próprios tenham seus medos).
A primeira dentição surge entre o primeiro e o terceiro ano do bebê. Depois disso, o mais comum é a perda dos dentes de leite por volta dos seis anos, quando a criança entra na fase escolar, mas há situações em que ocorre já a partir dos quatro anos.
Entre bocas e fantasias
Consultório odontológico com música, balões coloridos e super-heróis, fadas e princesas? Tem, sim! Pensando em descontrair o ambiente do consultório, a dentista Angélica Kanitz criou um projeto de atendimento diferente para crianças de zero a 12 anos. Todas as quintas-feiras, o tradicional jaleco branco é substituído por um uniforme lúdico. Personagens infantis como Minnie e princesas como Elsa e Anna, de Frozen, inspiram a roupa usada no trabalho. O sucesso das peças foi tamanho que, em pouco tempo, as fotos do Instagram de Angélica deram origem a uma linha de jalecos, hoje consumida por outras dentistas de todo o Brasil (@dra.angel_fashion). Até as secretárias se fantasiam. O carro-chefe é a Branca de Neve, mas a famosa Fada do Dente também sempre aparece.
– Nada melhor para distrair as crianças do que fazer brincadeiras. O profissional tem que interagir com aquele pequeno paciente, estimular de acordo com cada faixa etária.
E quando caem?
Há crianças que têm medo do momento em que o dente de leite vai cair: temem que doa e que saia sangue. Neste caso, a ajudinha da Fada do Dente é providencial.
– Vejo pais que dão recompensas para ajudar neste momento. Mas, por experiência profissional, sei que uma moedinha ou um brinquedinho simbólico vai muito bem – diz Angélica.
Dicas para uma consulta tranquila
- Quanto mais cedo as crianças forem ao dentista, melhor. Mesmo antes do nascimento do primeiro dente é recomendado visitar o profissional.
- Os pais também podem entrar no consultório para acompanhar os filhos, desde que auxiliem no momento da consulta.
- Uma extensão da consulta em casa também auxilia muito. Isto é, pais participativos, incentivadores e seguros, que não usem a ida ao dentista como ameaça ou propondo chantagens e recompensas após a visita.
- Peça indicação a outras mães sobre profissionais que elas conhecem e frequentam. Pergunte sobre como é o ambiente, se as crianças ficam confortáveis e tranquilas.
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