A cantora Ananda usou as redes sociais nesta quarta-feira (27) para contar que foi até uma Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), na Lapa, no Rio de Janeiro.
Alvo de ofensas racistas de Ana Paula Minerato, a integrante do grupo Melanina Carioca disse que irá se pronunciar sobre o caso em breve.
— Acabei de fazer esse registro de ocorrência. Logo eu vou voltar para fazer o meu pronunciamento, mas eu precisava desse tempo para poder digerir o que está acontecendo na minha vida nesse momento e tudo que vou precisar falar. Obrigada por vocês estarem tendo essa paciência — afirmou a cantora nos stories do Instagram.
Entenda o caso
A gravação de uma conversa entre Ana Paula Minerato e o cantor KT Gomez, que circula nas redes sociais desde o início da semana, mostra que a apresentadora proferiu comentários contra a cantora Ananda, do grupo Melanina Carioca, como: "A empregada, a do cabelo duro. Você gosta de cabelo duro, KT? Eu não sabia que você gosta de mina do cabelo duro".
O músico tentou interromper, mas foi cortado: "Você gosta de cabelo duro? Você gosta de mina de cabelo duro, de neguinha? Por que aquilo ali é neguinha, né? Alguém ali, um pai ou mãe, veio da África", disse ela também.
Gomez se manifestou em um breve vídeo na segunda-feira, repudiando falas e atitudes racistas. No mesmo dia, alegou que a gravação estava em um aparelho de celular que ele havia perdido há algum tempo. Em stories publicados na madrugada desta terça, ele se defendeu das acusações de que teria vazado o áudio de propósito para ganhar fama.
Ana Paula se pronunciou na última terça-feira (26) e se desculpou pelas atitudes contra a cantora.
— Estou muito mal, gente. Muito mal. Eu sei que o que resultou isso, foi algo horrível. Quero pedir desculpas para todo mundo que se sentiu atingido ou ofendido, porque realmente foi uma ofensa a uma pessoa que eu nem conheço. Quero muito pedir desculpas para todo mundo, para a Ananda. Desculpa, de verdade, queria deixar registrado meu pedido de perdão — declarou.
A irmã de Ana Paula, Tati Minerato, também se manifestou sobre o caso. As duas não se falam desde 2019, quando protagonizaram uma discussão que motivou o rompimento familiar:
"Diante do ocorrido envolvendo minha irmã, Ana Paula Minerato, preciso dizer que, por mais que o amor pela minha família seja inegável, não posso e não devo ser associada a atitudes que não condizem com aquilo em que acredito. Lamento profundamente o episódio e reitero que jamais apoiei ou apoiarei qualquer atitude que desrespeite ou agrida outra pessoa".
A Secretaria de Justiça e Cidadania de São Paulo (SJC) informou que vai investigar Ana Paula Minerato pelas afirmações. O órgão apontou que abriu um expediente para apuração do caso por meio da Coordenadoria de Políticas para a População Negra (CPPN).