A atriz Débora Falabella convive há mais de uma década com a perseguição de uma mulher, que no início se comportava como uma fã. Tudo começou em 2013, com o pedido de uma foto no elevador. Depois, as situações foram se agravando. As informações foram publicadas pelo portal g1 neste sábado (15).
Em 2015, depois de já ter enviado uma série de presentes inusitados, a mulher em questão tentou forçar a entrada do camarim da artista em um teatro, mas foi retirada por seguranças. Na época, Débora registrou o caso em uma delegacia pelo delito de ameaça, mas não seguiu com o processo.
Entre outros episódios, como mensagens nas redes sociais nas quais dizia que transava com a atriz por "loucura telepática", a stalker chegou ao seu ápice em julho de 2022, quando veio de sua casa no Recife para tentar entrar no condomínio de São Paulo onde a atriz mora. Foi quando a defesa jurídica da atriz fez uma representação criminal contra a suspeita pelo crime de perseguição, ou stalking, que tem pena de seis meses a dois anos.
Em dezembro do mesmo ano, a mulher tentou novamente contato com a atriz ao descobrir o endereço de uma pousada na Bahia na qual Débora passava as férias. De volta a São Paulo, Débora descobriu que havia recebido uma encomenda da stalker com o livro Romeu e Julieta, acompanhado da mensagem: "Para o meu Romeu, com muito amor". Após esse episódio, a Justiça de São Paulo concedeu uma medida protetiva para proibir a suspeita de manter contato com Débora por qualquer meio de comunicação, além de manter uma distância física mínima de 500 metros, sob pena de prisão.
Em junho ano seguinte, a Justiça recebeu a denúncia do Ministério Público e tornou a mulher ré pela prática de perseguição contra a artista. O juiz também instaurou um incidente de insanidade mental para checar se a mulher havia ciência dos próprios atos e, portanto, poderia cumprir algum tipo de pena em caso de condenação.
Três meses depois, a suspeita descumpriu as medidas protetivas ao enviar mensagens para Débora. Nos textos enviados por ela, é possível ler frases como "minha vida não tem mais sentido quando penso que nunca mais vou poder assistir a uma peça sua".
Prisão e diagnóstico de esquizofrenia
Nesse ponto, a defesa de Débora pediu prisão preventiva da mulher, e o pedido foi acatado pelo MP e pela Justiça. Entretanto, após a expedição do mandado de prisão, veio à tona a informação de que a mulher estaria internada em uma clínica psiquiátrica. Foi alegado pela defesa da ré que interromper o tratamento poderia levar a um novo surto psicótico, mas a equipe jurídica da atriz não concordou com a justificativa e reiterou o pedido de prisão.
O MP pediu uma nova avaliação da stalker, já que ela não havia comparecido a exames agendados e havia concordado com a prisão preventiva. Em fevereiro, a mulher foi presa preventivamente em Recife.
Na sequência, a suspeita pediu revogação da prisão alegando transtornos mentais (esquizofrenia e bipolaridade), mas a Justiça negou o pedido e reforçou a necessidade de realizar um exame psiquiátrico. Em março, após uma perícia psiquiátrica, ela foi diagnosticada com esquizofrenia. A prisão preventiva foi revogada, mas ela ainda deve cumprir as medidas cautelares de afastamento de Débora, sob pena de internação provisória.