Em um vídeo-reportagem publicado pelo jornal The New York Times nesta terça-feira (11), a atriz e socialite Paris Hilton, 41 anos, revelou ter sofrido abuso sexual em um colégio interno nos Estados Unidos nos anos 1990. Na gravação, conta como foi o momento em que a levaram para a instituição:
— Quando eu tinha 16 anos, dois homens grandes vieram ao meu quarto segurando algemas e perguntaram: "Você quer fazer isso do jeito fácil ou difícil?". Eles me levaram para o internato — relatou.
Paris afirma ter sido mantida por 11 meses no chamado "colégio interno terapêutico", localizado no estado de Utah. A justificativa de seus pais seria o fato de não saberem como lidar com sua desobediência.
— Foi muito assustador. Fui abusada verbalmente, fisicamente e emocionalmente — disse.
Ela também comentou as situações de abuso em seu perfil no Twitter.
"Eu me abri em um vídeo do The New York Times sobre algo que nunca discuti antes. Na Provo Canyon School, fui acordada no meio da noite por funcionários do sexo masculino que me conduziram a uma sala privada e realizaram exames cervicais em mim", relatou.
"Privada de sono e fortemente medicada, eu não entendia o que estava acontecendo. Fui forçada a deitar em uma mesa acolchoada, abrir as pernas e submeter-me a exames cervicais. Eu chorei enquanto eles me seguravam e diziam: 'Não!' Eles apenas disseram: 'Cale a boca. Fique quieta. Pare de lutar ou você irá para a Obs (isolamento)'. Esta foi uma experiência recorrente não só para mim, mas para outros sobreviventes. Eu fui violada e estou chorando enquanto digito isso porque ninguém, especialmente uma criança, deveria ser abusada sexualmente. Minha infância foi roubada de mim e me mata saber que isso ainda está acontecendo com outras crianças inocentes", concluiu.
Ao NYT, Paris acrescentou:
— Isso era por volta de 3h ou 4h da manhã. Eles levavam a mim e outras meninas para esta sala e faziam exames médicos.
Ela também alegou que as abordagens não eram feitas na presença de um médico.
— Foi com alguns membros da equipe diferentes, onde eles nos colocavam na mesa e colocavam os dedos dentro de nós. Foi realmente assustador, e foi algo que eu realmente bloqueei por muitos anos — lamenta.
Em caso de violência, peça ajuda:
- 190 (por telefone) - Emergência Brigada Militar
- 180 (por telefone) - Central de Atendimento à Mulher
- GEPEVID (Grupo Especial de Prevenção e Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar) - gepevid@mprs.mp.br (por e-mail)
- Atendimento presencial: delegacia ou promotoria de justiça da sua cidade