O perfil do Twitter Africa Archives, dedicado a registros históricos e culturais do continente africano, publicou, nesta quinta-feira (8), uma série de tweets sobre uma das pedras preciosas presentes na Coroa do Estado Imperial, usada pela rainha Elizabeth II. O mineral é considerado o maior diamante lapidado do mundo e tem 530 quilates.
Ainda segundo o perfil, ele foi extraído de uma mina próxima a Pretória, na África do Sul, em 1905 e tem valor estimado em US$ 400 milhões (aproximadamente R$ 2 bilhões).
A retirada do diamante do seu local de origem, durante o colonialismo, gerou controvérsias na década de 1990. Nessa época, líderes africanos exigiram que ele fosse devolvido aos seus "verdadeiros donos" e acusaram os britânicos de "roubo". Já a Grã-Bretanha negava as acusações e afirmava que a pedra preciosa teria sido doada como um "símbolo de amizade e paz".
Assim que o diamante, que era conhecido como A Grande Estrela da África, ficou sob a posse dos ingleses, passou a ser chamado pelo nome do presidente da mina, Thomas Cullinan, diz um dos tweets publicados.
A peça foi então dividida em nove partes principais e 96 brilhantes menores. Atualmente, muitos desses pedaços pertencem à família real, como a Segunda Estrela da África ou Cullinan II, que está abrigada na faixa frontal da Coroa do Estado Imperial.
Veja os tweets:
A coroa
A Coroa do Estado Imperial foi desenvolvida em 1937 e destinada ao pai de Elizabeth II, o rei George VI. Ela é atualmente um dos acessórios mais famosos e contém várias das joias mais raras e caras, como a Safira de Santo Eduardo, que foi colocada no centro e é considerada como a mais antiga da coleção.
No total, é cravejada com 2.868 diamantes, 269 pérolas, 17 safiras, 11 esmeraldas e quatro rubis. Após a morte do pai de Elizabeth, a peça ficou sob posse da monarca, que a usou até 2019. Após esse período, a família real considerou que ela era muito pesada para a rainha, que já estava com mais de 93 anos, e optou por substituí-la pela Diadema George VI.
Com a morte de Elizabeth II, nesta quinta-feira (8), a joia foi destinada ao rei Charles III, sucessor do trono.
Diamante indiano
Além da pedra preciosa africana usada na coroa de Elizabeth II, os britânicos também mantêm o diamante indiano Koh-i-noor, aplicado no cetro real da monarca. Registros históricos apontam que o item teria sido encontrado no sul da Índia, em 1300. Com cerca de 105,6 quilates, atualmente, temvalor estimado em US$ 400 milhões (R$ 2 bilhões).
Segundo historiadores, a Grã-Bretanha obteve a posse da pedra indiana em 1849, em função do Tratado de Lahore, que declarava que o diamante deveria ser entregue à rainha britânica Vitória.