O processo de difamação movido por Johnny Depp contra a ex-esposa, a também atriz Amber Heard, ainda está longe do fim. No segundo dia de deliberações, nesta terça-feira (31), o júri do caso terminou sem chegar a um veredito.
O júri civil, composto por sete pessoas, cinco homens e duas mulheres, ouviu as alegações finais dos advogados na sexta-feira (27) e deliberou por cerca de duas horas antes de sair para o feriado de Memorial Day, celebrado na segunda-feira (30).
Na terça, foram mais sete horas de deliberações. Durante os trabalhos, os advogados de Depp pediram à juíza Penney Azcarate para instruir o júri a desconsiderar parte das alegações finais apresentadas pelo advogado de Amber, Rottenborn. Ele argumentou que uma decisão a favor de Depp seria um exemplo negativo para todas as mulheres agredidas em relacionamentos, bem como passaria um sentimento de impunidade aos agressores.
A defesa de Depp, então, respondeu que Rottenborn pediu indevidamente ao júri para se concentrar em um objetivo social maior do que o caso que eles estão sendo solicitados a decidir. Tal argumento do advogado de Amber convida indevidamente o júri a decidir, insistiram os representantes de Depp. A juíza afirmou que, agora, a decisão cabe ao júri.
As deliberações foram retomadas nesta quarta-feira (1º) em Fairfax, nos Estados Unidos. O desfecho é aguardado para os próximos dias.
O caso
Depp está processando Amber em US$ 50 milhões. Ele acusa a atriz de difamá-lo em um artigo publicado em 2018 no jornal The Washington Post, quando ela escreveu ser "uma figura pública representando o abuso", mesmo citar o nome dele. Amber entrou com uma reconvenção de US$ 100 milhões contra o protagonista de Piratas do Caribe. Ambos se acusam de violência doméstica e de destruir a carreira do outro.
O testemunho se arrastou por um julgamento de seis semanas, que expôs a intimidade do casamento dos atores. Amber afirmou que Depp a agrediu fisicamente e sexualmente mais de uma dezena de vezes. No seu depoimento, Depp disse que nunca bateu na ex-esposa, alegando que ela inventou as acusações de abuso e que foi ela quem o atacou fisicamente várias vezes. Durante as alegações finais, ambos os lados disseram ao júri que um veredito em seu favor devolveria a vida a seus clientes.