O príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, esteve com a esposa, Kate Middleton, no The Foundling Museum, um museu de Londres, na Inglaterra, nesta quarta-feira (19). Ao final da visita, quando conversava com a imprensa presente no local, o neto da rainha Elizabeth optou por desconversar ao ser confrontado sobre o mais novo escândalo da família real: as acusações de abuso sexual contra o príncipe Andrew, segundo filho da monarca e seu tio.
Na saída do museu, um jornalista perguntou a William:
— Sua alteza real, posso perguntar, você apoia o príncipe Andrew?
A primeira reação de William foi dizer que não havia entendido a pergunta.
— Desculpa, não consigo te ouvir — respondeu o príncipe.
Mas, assim que o repórter repetiu o questionamento, William decidiu ignorá-lo e voltou sua atenção para uma mulher que agradecia ao casal pela presença no museu.
Confira o vídeo do momento, que foi publicado pelo jornalista da emissora ITV Chris Ship em sua conta do Twitter:
Também nesta quarta, o príncipe Andrew desativou suas contas nas redes sociais. Na sua página do Twitter, agora há uma mensagem que diz "esta conta não existe", indicando que ele a excluiu. Seu perfil no YouTube também aparece com uma mensagem de erro.
Os perfis no Instagram e Facebook do príncipe parecem ainda estar abertos, embora a do Instagram esteja definida como privada. O jornal britânico Daily Mail citou uma fonte próxima ao príncipe afirmando que essas contas também foram excluídas e não estão mais ativas.
Na semana passada, foi anunciado que o príncipe parou de usar seu título de Sua Alteza Real e também renunciou aos títulos militares honorários concedidos pela rainha. Essa medida o afasta da vida real oficialmente.
As acusações
Em setembro do ano passado, o príncipe Andrew recebeu a notificação judicial de uma denúncia apresentada contra ele na Justiça dos Estados Unidos por uma mulher que afirma ter sido alvo de abusos sexuais quando era menor de idade.
Virginia Giuffre alega que foi "emprestada" a Andrew para manter relações sexuais com ele pelo financista norte-americano Jeffrey Epstein, que se suicidou em sua cela em um presídio em 2019, enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual de menores. Na época, ela era menor de idade.
A mulher denunciou o príncipe alegando que ele havia abusado dela sexualmente na residência de Ghislaine Maxwell, uma amiga de Epstein, em Londres, há mais de 20 anos. Ela também afirma que foi abusada na mansão do financista, em Nova York, e em Little St. James, a ilha particular que Epstein possuía nas Ilhas Virgens Americanas, no Caribe.
O príncipe de 61 anos, divorciado, pai de duas filhas e ex-piloto de helicóptero da Marinha Real britânica, foi forçado a renunciar às suas obrigações reais no final de 2019 para evitar que a imagem da família real britânica fosse prejudicada. Tal decisão foi tomada após uma entrevista concedida à emissora BBC, na qual defendeu sua relação de amizade com Epstein, gestor de um fundo multimilionário e próximo da nata da elite financeira e política, que inclui nomes como Bill Gates, Bill Clinton e Donald Trump. No entanto, o príncipe divulgou um comunicado pouco tempo depois, no qual garantiu que, "inequivocamente", lamentava a sua "associação imprudente" com Epstein.
Desde então, Andrew vem tentando se distanciar dos holofotes e tem se mantido recluso. Uma de suas raras aparições públicas ocorreu em abril do ano passado, no funeral de seu pai, o príncipe Philip, duque de Edimburgo, no castelo de Windsor.