A jornalista Gloria Maria, que recentemente voltou ao trabalho como apresentadora do Globo Repórter após receber as duas doses da vacina contra a covid-19, celebrou sua imunização. Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (10), Gloria falou sobre a sensação de segurança trazida pela vacinação, seus desafios pessoais durante a pandemia e a cirurgia que realizou em 2019, após descobrir um tumor cerebral.
— Tomar a vacina foi maravilhoso, uma das melhores sensações da minha vida. Porque, imaginem, eu que estou acostumada a trabalhar o tempo todo e viajar, estou há quase dois anos em casa por conta, primeiro, da minha cirurgia e, depois, da pandemia. Vacinar, para mim, foi uma libertação. Foi o momento em que disse: "Meu Deus do céu, estamos vendo luz no fim do túnel" — afirmou Gloria, que recebeu a segunda dose do imunizante no mês de maio.
A apresentadora revelou ter recebido a vacina CoronaVac por meio de um estudo realizado pelo Instituto Butantan e a rede hospitalar D'or, que visa mapear reações adversas após a aplicação. Ela brincou com o fato de muitas pessoas estarem esperando sua vacinação para descobrirem sua idade, envolta em mistérios. Segundo Gloria, a pesquisa da qual participou não incluía critérios etários para aplicação dos imunizantes, o que pode ter desapontado parte dos curiosos.
— Graças a Deus, não tem faixa etária. Vocês não me pegaram nessa (risos) — brincou a jornalista, explicando que sua opção por não aplicar a vacina em unidades de saúde não teve relação com a idade, mas com o fato de estar realizando imunoterapia. — Eu sou (de grupo de) risco, então foi melhor não ter ido ao posto para evitar o contato com as pessoas. Agora estou livre, leve e solta, voltei a trabalhar. Então, assim, a felicidade até existe (risos) — completou.
Gloria Maria também falou sobre o tumor cerebral descoberto em novembro de 2019, seguido de uma infecção pulmonar detectada quando ainda se recuperava da cirurgia para remoção do tumor. Segundo a apresentadora, os problemas de saúde a deixaram "entre a vida e a morte", e acabaram por aumentar seu tempo de quarentena em relação às outras pessoas — já que precisou ficar meses isolada por conta das duas recuperações e, pouco depois, a pandemia avançou no Brasil.
— Não era maligno, mas era um tumor que ia me matar. Ele estava crescendo e se eu não operasse em 15 dias, que foi o prazo entre descobrir e preparar tudo para a cirurgia, eu teria morrido. Foi uma coisa que não foi séria, foi gravíssima, eu fiquei mesmo entre a vida e a morte — relembrou Gloria.
Em meio aos dois problemas de saúde e o início da pandemia, a apresentadora também precisou lidar com a perda de sua mãe, que morreu em fevereiro de 2020. De acordo com Gloria, apesar de o período ter sido "realmente horrível", também lhe proporcionou uma maior conexão com sua espiritualidade:
— Foi tudo junto, ao mesmo tempo, mas eu não perdi a fé em nenhum momento, não fiquei em uma tragédia grega em nenhum momento.
Após tantas superações em meio à pandemia, a apresentadora revelou estar voltando a ver uma luz no fim do túnel com o avanço da vacinação. Mas, diante dos baixos índices de procura pelas segundas doses das vacinas em muitos Estados e notícias de recusa da população a determinados imunizantes, Gloria Maria pediu para que ninguém deixe de se vacinar:
— A vacina é indispensável. Não é uma questão de você escolher, de você querer ou não, porque você não pode pensar só em você. Você tem que se vacinar por você e pelos outros. Você tem família, você tem amigos, você convive em sociedade. Se você não se vacina, você está botando milhares de pessoas em risco.