Em sua coluna da revista Vogue desta sexta-feira (7), Xuxa falou sobre as diversas vezes de sua vida em que foi julgada e "sofreu preconceito". Logo no início do texto, relembrou seu relacionamento com o jogador Pelé.
"Aos 17 anos, namorei Pelé, o maior ídolo do país, por seis anos, e foi aí que eu conheci a maldade real das pessoas. Fui chamada de puta, interesseira que queria aparecer às custas de um rico famoso, garota de programa de luxo e muitos outros nomes", lembrou ela.
Depois, falou das críticas que ouviu quando começou a trabalhar com o público infantil.
"Quando comecei a trabalhar para crianças, aos 20 anos, fui taxada de loira burra, despreparada. Disseram que eu tinha relações com as Paquitas, com minha diretora e que eu não poderia trabalhar com o público infantil", escreveu.
Ainda mencionou seu relacionamento com Ayrton Senna e a decisão de ter uma filha sem se casar.
"Comecei outro relacionamento, com o segundo maior ídolo desse país, o que incomodou muita gente. Diziam que era um relacionamento de fachada. Depois, resolvi ter minha filha aos 35 anos sem me casar e disseram que eu era mau exemplo para os públicos infantil e adolescente. O então ministro José Serra, na época, disse até que eu estava incentivando as jovens a seguir o meu exemplo. Será que trabalhar muito, ter uma conta bancaria alta, ser uma mulher independente, resolver ter filho aos 35 anos, cuidar da saúde, não fumar, não beber, são maus exemplos?", questionou.
Ao longo do texto, também citou outros momentos controversos de sua vida, como sua atuação no filme Amor, Estranho Amor, suas fotos sem roupa para revistas quando jovem e, ainda, sua decisão de raspar a cabeça. Por fim, falou do livro infantil que lançará com temática LGBT+.
"Agora, aos 57, quase 60 anos, com a bagagem que tenho - e que não é pouca - estou sendo criticada por escrever livros para crianças. Um em especial, que ainda nem saiu, inspirado na minha afilhada Maya, onde conto a história de uma menina que quer tanto ser amada, quer tanto alguém especial ao seu lado, que Deus lhe dá duas mães. Sim, o meu Deus não é preconceituoso, o meu Deus aceita todos como são", disse.
"Sei que ainda serei muito criticada na vida, mas todas as noites eu peço a Deus para me mostrar o caminho onde eu possa ajudar alguém de alguma forma. Agora, eu peço aos intolerantes. Não querem ajudar? Não atrapalhem! O mundo não precisa da sua ignorância, do seu desamor. E eu? Vou continuar rezando meu pai nosso 'afastai-me de todo mal, amém'", finalizou.