A atriz, empresária e ex-modelo Luiza Brunet falou ao programa Timeline da Rádio Gaúcha nesta terça-feira (19) sobre sua luta no combate à violência doméstica e o caso que sofreu, em 2016. Ela denunciou o ex-marido Lírio Parisotto após ter sido agredida por ele e hoje tornou-se porta-voz de campanhas e programas em defesa da causa feminina.
Luiza ressaltou a importância de encorajar as mulheres a denunciar casos de violência, pois isso pode gerar outros relatos e o agressor ser, enfim, punido.
– Olha o caso do João de Deus. Uma denunciou, vieram 300 atrás. É preciso uma ter coragem. Por isso é muito importante que as mulheres se encorajem, porque elas perdem a vergonha, perdem o medo. Levanta a pedra, e debaixo da pedra tem muita porcaria – disse Luiza, 56 anos.
Ouça a entrevista na íntegra:
A empresária lembrou que a própria mãe também foi vítima de violência doméstica.
– Era regular na minha casa. Meu pai batia na minha mãe. Eu me colocava na frente dela, discutia com meu pai. Mas naquela época não se falava disso. Mulheres eram tratadas como propriedade. Não havia essa discussão que temos hoje – comentou.
Luiza recordou também sua experiência pessoal. Em 2016, ela veio a público denunciar as agressões sofridas pelo namorado na época.
– Realmente me tornei uma mulher mais consciente. Quando você assiste [violência] é uma coisa, quando você passa é outra.
Hoje Luiza está à frente do programa "Mulher, Você Pode", da Secretaria de Justiça de São Paulo.
A modelo, que também usa suas redes sociais para falar sobre o assunto frequentemente, tem ajudado a formar uma rede de apoio com outras mulheres. No último dia 2 de março, Luiza recebeu em sua casa a paisagista e empresária Elaine Caparroz, espancada durante quatro horas em fevereiro após um encontro com um homem que conheceu na internet, no Rio de Janeiro.
– É muito bom isso, quando você segura a mão de uma mulher. É muito bom pra gente se curar – comentou Luiza.
Em junho de 2017, Parisotto foi condenado em primeira instância a um ano de detenção em regime semiaberto pelas agressões. A juíza Elaine Cavalcanti determinou que o réu ficasse dois anos sob vigilância, sendo obrigado a cumprir serviço comunitário durante 12 meses. Ele recorreu, e o Tribunal de Justiça manteve a condenação.