Mesmo quem não assistiu à premiação do Oscar 2019 no último domingo (24), mas esteve minimamente ligado nas redes sociais e portais de notícias, deve ter passado pela pauta (seja matéria ou meme) fazendo “piada” sobre a suposta tensão sexual entre Lady Gaga e Bradley Cooper durante a performance da música Shallow, na cerimônia.
Bem, o que sabemos é que a dupla de atores (opa, essa informação é importante!) tem uma química bacana e desde a estreia do filme Nasce uma estrela, em que os dois formam par romântico, muitos fãs passaram a vê-los como casal perfeito. Na linguagem da internet, rolou a famosa “shippada”.
Até aí tudo bem, já que inúmeros pares fictícios permeiam o imaginário do público quando contracenam de forma intensa. O problema fica sério quando, no meio disso tudo, tem uma terceira pessoa. Nesse caso, é a mulher de Bradley: a modelo russa Irina Shayk. Que, por sinal, estava presente no Oscar, assistiu emocionada à performance e tem uma ótima relação com Gaga, ao que tudo indica. E não sou eu supondo, temos imagens! Veja:
Mas voltando ao burburinho, esse papo de tensão sexual me parece tão verdade quanto 2+2=5. Ora, são duas pessoas que atuaram juntas encenando uma baita história de amor, performando a trilha-sonora do filme na maior premiação do cinema. Tensão? Só se for o medo de errar uma nota, né Gaga?
O que me pareceu foi, novamente, que estamos sempre sendo incentivadas a exercer a péssima e velha rivalidade feminina, tendo como centro de tudo… um homem, é claro! Deixando de lado a beleza sedutoramente óbvia de Bradley, vamos aos fatos: nem todas as mulheres são invejosas, ou estão desejando o homem alheio ou disputam a atenção de alguém do sexo oposto.
Irina, nos deu uma aula. Ela, que sempre foi extremamente reservada, entendeu que sim, poderia demonstrar carinho e admiração por outra mulher – mesmo que esta mulher estivesse dividindo um banquinho apertado com o seu marido".
Por que preferimos criar situações constrangedoras para outras mulheres em vez de de lançarmos olhares, palavras e gestos carinhosos? Por que não nos inspiramos na própria Irina que, assim que encerrou-se o dueto, foi a primeira a levantar e aplaudir de forma bastante animada o marido e sua parceira de trabalho?
Irina nos deu uma aula. Ela, que sempre foi extremamente reservada, entendeu que sim, poderia demonstrar carinho e admiração por outra mulher diante dos olhares do mundo inteiro - mesmo que esta mulher estivesse dividindo um banquinho apertado com o seu marido.
E como diz a escritora Babi Souza ,“a crença de que não temos capacidade de ser gentis umas com as outras e de que somos naturalmente rivais, ajuda a sustentar esse machismo estrutural”. Já está na hora de mudar, né?