Depois da repercussão causada pela festa de aniversário, Donata Meirelles pediu demissão da Vogue Brasil, onde exercia o cargo de Diretora de Estilo há sete anos. A saída ocorreu poucos dias depois do evento polêmico realizado em Salvador, no último final de semana (8 e 9). Fotos em que Donata e os convidados aparecem sentados em uma cadeira cercado por baianas tomaram as redes sociais, gerando um debate sobre a festa ter sido racista. Internautas relacionaram a imagem de Donata com as das sinhás de engenhos do Brasil Colônia e com a escravidão.
Celebridades também se pronunciaram nas redes sobre o assunto. Uma delas foi a cantora Elza Soares, que publicou em suas redes um texto comentando o episódio:
"Quer ser elegante? Então pense no quanto pode machucar o próximo, sua memória, os flagelos do seu povo e suas origens, ao escolher um tema para celebrar uma festa ou “enfeitar” um momento feliz de sua vida. Felicidade às custas do constrangimento do próximo, seja ele de qual raça for, não é felicidade, é dor. No fundo é fácil perceber esse limite tênue. Elegância é pensar antes de agir, por mais inocente que sua ação pareça ser. A carne mais barata do mercado FOI a carne negra e agora NÃO é mais. Continuaremos “desenhando” isso pra quem não compreendeu ainda. Escravizar, nem de brincadeira."
Na terça-feira (12), a Vogue Brasil publicou em sua conta no Instagram uma nota de esclarecimento, lamentando o ocorrido e dizendo esperar que o episódio sirva como aprendizado:
"Nós acreditamos em ações afirmativas e propositivas e também que a empatia é a melhor alternativa para a construção de uma sociedade mais justa, em que as desigualdades históricas do País sejam debatidas e enfrentadas. Em busca da evolução constante que sempre nos pautou, aproveitamos a reflexão gerada para ampliar as vozes dentro da equipe e criar, em caráter permanente, um fórum formado por ativistas e estudiosos que ajudarão a definir conteúdos e imagens que combatam essas desigualdades."
A própria Donata Meirelles repostou a a publicação da Vogue com a seguinte mensagem: "Aos 50 anos, a hora é de ação. Ouvi muito, preciso ouvir ainda mais. Quero agir em conjunto com as mulheres que têm a me ensinar e com quem mais estiver disposto a ser elo em uma transformação que se faz necessária. Meu compromisso é me colocar em (re)construção!"