Em 35 anos de carreira, a voz de Paula Toller marcou mais de uma geração com dezenas de hits. Neste sábado, ela volta a Porto Alegre com o show Como Eu Quero, para cantar junto com a plateia sucessos do Kid Abelha e da carreira solo. Em entrevista a Donna, Paula comenta a proximidade dos fãs com suas músicas, a passagem do tempo, o momento das mulheres e a relação com Porto Alegre.
O SHOW
Paula Toller se apresenta neste sábado, 14, às 21h, no Teatro do Bourbon Country. Ela vai cantar hits de sua trajetória como Fixação, Grand’Hotel e Como Eu Quero e versões, como Ando Meio Desligado, dos Mutantes. Ingressos a partir de R$ 100.
Em uma entrevista, Renato Russo disse que os fãs tratavam as músicas da Legião Urbana como se fossem velhas amigas deles. Depois de tantos anos de banda e carreira solo e tantos hits, como você percebe a relação dos fãs com a sua música?
Renato também falou que o Kid fazia as músicas que se tornavam “A nossa canção” dos casais. Quando você faz sucesso cedo como nós fizemos, a geração que está no palco é a mesma da plateia, da imprensa, dos radialistas, enfim, todo um furacão de renovação. Hoje em dia, sinto que as pessoas que estão no show se sentem íntimas, há um elo emocional com toda essa história.
Que músicas você sabia que não poderia deixar de fora deste show?
Foram 18 megahits emplacados em sequência nos anos 1980! Depois disso ainda teve um ou outro, como Nada Sei… Tive que cortar algumas, mas o público sempre acaba pedindo e eu não resisto, canto à capella se for preciso.
A música Tudo de Nós diz: “Sempre vai haver uma canção contando tudo de mim”. Que música fala mais de você, de algum momento da sua vida?
Nada Sei talvez seja minha melhor expressão em relação à vida, ao tempo. Sou errada, sou errante, vou errando enquanto o tempo me deixar.
Em entrevista recente, você comentou ter sido descoberta pela publicidade. Mais uma prova do quanto você segue renovando e ampliando seu público, não é?
A publicidade é uma surpresa para mim porque nunca busquei isso – e até chegava a evitar para não atrapalhar a carreira musical. Tem sido muito legal, mas mantenho o rigor, não anuncio nada que eu não compraria para mim ou para minha família.
Seu nome está sempre associado à imagem de uma mulher de beleza sem idade, para quem o tempo não passa. Como é saber que você é um exemplo e uma referência para outras mulheres? Faz com que você se sinta mais cobrada?
Talvez seja uma referência de equilíbrio, lutar contra a decadência, se cuidar, mas mantendo a sensatez estética. E conto com ótimos profissionais, maquiadores, figurinistas, para me ajudar. Eu me cuido porque gosto e também porque preciso ter fôlego, preparo físico para a performance no palco. Tenho disciplina e preciso controlar o diabetes, que é uma condição traiçoeira.
Como você se descreve como mãe? Eu sou uma mãe perfeitamente imperfeita. Com 35 anos no showbiz, como você avalia o espaço e as conquistas das artistas mulheres?
Fui criada por duas avós muito independentes e trabalhadoras… Além disso, meu avô Paulo Amora escreveu um livro chamado Rebelião das mulheres em Minas Gerais, sobre as mulheres influentes da Inconfidência. Tenho DNA e base cultural feminista. Hoje, vejo muitas moças dominando, na minha época só havia Rita Lee. Ela foi minha referência.
Estamos em um ano eleitoral. Que mudança você espera que venha das urnas?
Espero que as eleições afastem os políticos atrasados e populistas para que o Brasil se modernize e se desenvolva.
De suas vindas a Porto Alegre, o que marca a sua relação com a cidade?
Tenho grandes amigos na cidade e no Estado e o reconhecimento do público e imprensa – as melhores resenhas dos discos e shows sempre vieram do Sul. Tenho gaúchos na minha equipe e na banda, meu espumante Latoller Brut foi criado pelo prestigiado Luis Henrique Zanini. É um público roqueiro e culto musicalmente. Porto Alegre só me dá alegria!
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