Foto: AFP Foto: AFP Cressida Bonas e Harry. Foto: AFP Chelsy Davy e Harry. Foto: AFP Foto: AFP
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Depois de uma infância marcada pela morte da mãe e uma adolescência rebelde, o príncipe Harry conclui sua jornada à maturidade aos 33 anos, ao se casar, no próximo sábado (19), com Meghan Markle.
São muitos os que ainda lembram da imagem do garoto com ar perdido que caminhava ao lado do irmão, William, atrás do caixão da princesa Diana pelas ruas de Londres, em 1997.
Duas décadas depois do trágico acidente que matou sua mãe, em Paris, Harry falou sobre aquele trauma em um programa exibido pela emissora ITV em julho.
"Provavelmente seja doloroso demais até agora. Continua sendo doloroso", disse o príncipe, que revelou recentemente que faz pouco tempo precisou de ajuda psicológica para lidar com o luto.
"Não tem um só dia que William e eu não desejemos que estivesse vida. Nos perguntamos que tipo de mãe seria agora, que papel público teria", contou.
Os dois irmãos se impuseram a tarefa de elevar e zelar pela memória da mãe, cujo divórcio do pai, o príncipe Charles, confrontou a casa real e a condenou ao ostracismo institucional, mas não ao do povo, que lhe dispensou funerais dignos de uma rainha.
O príncipe Henry de Gales, apelidado de Harry, nasceu em 15 de setembro de 1984, dois anos depois de William, e era o que se chama no jargão monárquico de "rei de reposição", que assumiria o trono na falta de seu irmão.
Ao nascer, Harry era o terceiro na linha de sucessão, atrás do irmão e do pai, o príncipe Charles, mas agora foi deslocado para o sexto lugar, com o nascimento de seus três sobrinhos.
Este jovem enérgico de cabelo ruivo, difícil de domar, teve uma adolescência conturbada.
Admitiu ter fumado maconha, apareceu vestido de nazista em uma festa e os tabloides faziam a festa com fotos suas saindo de bares e discotecas, na companhia de belas jovens aristocráticas ou de suas namoradas em diferentes momentos, como a zimbabuana Chelsy Davy e, posteriormente, a atriz e modelo britânica Cressida Bonas.
O processo de redenção começou com seu alistamento no exército. Em 2008, após uma indiscrição da imprensa, soube-se que estava em missão no Afeganistão. Todo o país acompanhou sua decepção quando teve que ser repatriado às pressas por motivos de segurança por causa desse vazamento.
Mais tarde, soube-se que durante a missão comportou-se como um perfeito camarada, além de um excelente chefe de fileiras.
Além de declarações que beiraram o racismo sobre um colega militar paquistanês – pelas quais pediu desculpas – o príncipe nunca mais saiu do tom e logo iniciou os atos oficiais, a começar por um giro pelo Caribe em 2012, representando sua avó, a rainha Elizabeth II.
Também conjugou seu passado militar e a filantropia com sua iniciativa Invictus, uma competição esportiva internacional ao estilo dos Jogos Paralímpicos e reservado a veteranos feridos e portadores de deficiência.
Jogos que, em suas palavras, "não só ajudam os veteranos a se recuperarem de seus ferimentos físicos e mentais, mas também para inspirar as pessoas a seguir em suas vidas o exemplo de resistência, otimismo e serviço".
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