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Nas telas, nos palcos ou nas tribunas. No tatame olímpico ou na solidão de um laboratório, mulheres fizeram história no ano que passou. Nestas páginas, Donna lista, em ordem alfabética, 16 mulheres (na verdade, 15 mulheres e uma dupla) do Estado, do Brasil e do mundo que impressionaram, comoveram, conquistaram… Enfim, que marcaram este conturbado 2016.
1 - Adriana Melo
No interior da Paraíba, a médica Adriana Melo lutou contra rótulos como “alarmista” e “arrogante”, questionou um protocolo do Ministério da Saúde que dificultava exames em gestantes e, custeando procedimentos do próprio bolso, provou a relação entre o zika vírus e as dezenas de misteriosos casos de microcefalia no Nordeste. Além de salvar um incalculável número de vidas por meio da prevenção, a revelação resguardou o Brasil da epidemia em pleno ano de Olimpíada.
2 - Alaíde Padilha
Mãe do goleiro Danilo, uma das vítimas do voo da Chapecoense, Alaíde falava ao SporTV sobre a dor da perda, acentuada, no seu caso, pelas horas de informações desencontradas sobre o estado do filho. Ao final da entrevista, questiona o repórter sobre como ele está se sentindo após a perda dos colegas jornalistas. O gesto, seguido de um abraço, levou o jornalista e o Brasil às lágrimas. Dona Alaíde se tornou um dos símbolos da corrente de solidariedade em Chapecó.
3 - Alicia Keys
Além de lançar o excelente álbum Here, Alicia Keys anunciou em 2016 que não usaria mais maquiagem. O insight veio depois de compor When a girl can’t be herself e de posar de cara lavada para a fotógrafa Paola Kudacki. “Não quero mais esconder. Nem meu rosto, nem minha mente, nem minha alma, nem meus pensamentos, nem meus sonhos, nem minhas lutas, nem meu crescimento emocional. Nada”, escreveu Alicia, linda com suas sardinhas expostas.
4 - Ana Júlia Ribeiro
“A minha pergunta inicial é: de quem é a escola?” Com essas palavras, a estudante paranaense de 16 anos, Ana Júlia Ribeiro, começou o discurso de 10 minutos que desconcertou a Assembleia do Paraná e viralizou nas redes sociais. Defenda-se ou não o movimento de ocupação das escolas em protesto à reforma do Ensino Médio, a adolescente teve o mérito de colocar a educação no foco do debate, e terminou convidada pelo governo federal a participar de audiência sobre o tema.
5 - Ashley Graham
Há até bem pouco tempo, se havia um lugar improvável de uma modelo plus size estar era na concorrida capa de trajes de banho da revista Sports Illustrated. Isso até 2016, quando Ashley Graham foi uma das estrelas da edição (dividindo atenções, vá lá, com outras duas opções de capa). Neste mês, a curvilínea modelo assumiu posto no júri do reality show America’s next top model, tornando-se de vez embaixatriz da mudança de padrões de beleza na moda.
6 - Beyoncé
Em fevereiro, a artista mostrou uma prévia da sua guinada artística ao fazer, no intervalo do Super Bowl, uma homenagem aos Panteras Negras. Dois meses depois, com um especial de videoclipes na HBO, Beyoncé lançaria Lemonade. Desde o nome (referência a uma simpatia para clarear a pele), o álbum toca em temas sociais, como racismo e feminismo, e pessoais, como o escrutínio do seu casamento. Foi o álbum do ano para veículos como Rolling Stone e The Guardian.
7 - Dayse Paparoto
Na primeira edição do programa MasterChef com cozinheiros profissionais, Dayse Paparoto foi repetidamente menosprezada, subestimada ou deliberadamente escanteada, como no episódio em que um dos participantes (seu ex-chefe, diga-se) sugeriu que ela varresse o chão. Sempre bem-humorada, Dayse respondeu vencendo o programa, em final marcada por discursos comoventes da chef Paola Carosella e da apresentadora Ana Paula Padrão sobre machismo.
8 - Fernanda Gentil
Repórter esportiva com carreira em ascensão, Fernanda Gentil foi casada por cinco anos, teve um filho com o marido e até transformou a experiência em livro. Separada, Fernanda surpreendeu ao assumir, cinco meses depois, um novo namoro, dessa vez com a jornalista mineira Priscila Montandon. O carisma, somado à naturalidade com que ela assumiu o relacionamento, fez do casal instantaneamente um dos mais queridos do Brasil.
9 - Maiara & Maraisa
Foi-se o tempo em que duplas sertanejas eram sempre compostas por homens. Em 2016, as gêmeas mato-grossenses Maiara & Maraisa, que já haviam composto para artistas como Jorge & Mateus e Gustavo Lima, saíram das coxias e conquistaram os palcos, seguidas de outras estrelas femininas como Naiara Azevedo e Marília Mendonça e Simone e Simaria. Com hits como 10% e Medo bobo, elas atingiram a lista das 10 músicas mais tocadas no Brasil em julho e de lá não saíram mais.
10 - Manuela D’Avila
Mãe desde 2015, a deputada estadual Manuela D’Avila (PCdoB) debateu e personificou um dos temas mais caros ao país: a atenção à primeira infância. Em janeiro, foi notícia no El País ao dialogar sobre a polêmica na Espanha quando uma deputada amamentou em plenário. No Brasil, rebateu críticas por publicar fotos amamentando no Instagram. A deputada defende ainda a ampliação da licença paternidade, propiciando maior participação do pai na criação dos filhos.
11 - Rafaela Silva
O primeiro ouro do Brasil nas Olimpíadas levou o país às lágrimas. Além da infância pobre na Cidade de Deus, a judoca Rafaela Silva também superou mensagens de ódio e racismo nas redes sociais após ser desclassificada por um golpe ilegal nos Jogos de Londres, em 2012. Quatro anos depois, o wazari em uma judoca da Mongólia calaria os críticos com um hino nacional no topo do pódio. Nas mesmas redes que um dia a odiaram, virou hashtag: #LuteComoUmaGarota.
12 - Raíssa Santana
A primeira foi a gaúcha Deise Nunes. E demorou inacreditáveis 30 anos até que, em 2016, Raíssa Santana se tornasse a segunda negra a vencer o Miss Brasil – aquele país onde 50,7% da população se declara negra ou parda. Não houve quem contestasse a coroação da estonteante representante do Paraná. O sorrisão e as pernas esculpidas a Muay Thai, que elevam Raíssa aos 1m77cm de altura, agora rumam para as Filipinas, onde em 30 de janeiro ocorre o Miss Universo.
13 - Robin Wright
A atriz americana de 50 anos venceu uma briga que ainda desafia muitas e muitas mulheres mundo afora: ganhar tanto quanto os colegas homens. Estrela da série House of cards, da Netflix, ela exigiu o mesmo salário do companheiro de cena, Kevin Spacey, ou iria a público falar sobre a desigualdade. Sua personagem, a fria e classuda Claire é tão popular quanto o ardiloso Frank Underwood, e os dois atores já foram premiados por seu trabalho. A estratégia deu certo: Robin passou a ganhar US$ 500 mil por episódio, tal qual Kevin.
14 - Simone Biles
Não que a sua trajetória de vida não seja bonita — abandonada ainda bebê pela mãe viciada em drogas, Simone Biles foi adotada pelo avô paterno —, mas o que faz a ginasta norte-americana figurar nesta lista é a sua performance. A rara combinação de potência e graciosidade fez com que Simone conquistasse, aos 19 anos, quatro medalhas de ouro e uma de bronze na Olimpíada. O Rio pode ter testemunhado o início de uma lenda olímpica em versão sorridente de 1m45cm.
15 - Sônia Braga
Desde a estreia em Cannes, o filme Aquarius é notícia por onde passa. O que fica acima de qualquer polêmica é a interpretação de Sônia Braga no papel de Clara, uma viúva que se recusa a deixar seu apartamento, no Recife, para dar lugar a um novo empreendimento. Homenageada com o Troféu Oscarito no Festival de Gramado, a diva encerrou o ano com o prêmio de melhor atriz da San Diego Film Critics Society, superando nomes como Emma Stone e Natalie Portman.
16 - Valentina Sampaio
Contrato assinado com a agência Joy Model, aplausos calorosos na São Paulo Fashion Week, modelo da L’Oréal ao lado de Grazi Massafera, Taís Araújo e Isabeli Fontana e capa da edição brasileira da Elle. Os feitos de dar inveja a qualquer colega de passarela foram alcançados em 2016 por Valentina Sampaio, modelo transgênero que segue os passos de brasileiras como Lea T e Carol Marra. A meta da cearense, agora, é ser angel da Victoria’s Secret. Alguém duvida?