:: Guia das ruivas: todos os truques e cuidados para quem tem ou quer ter fios vermelhos :: Uma retrospectiva da carreira da ruivíssima Julianne Moore, vencedora do Oscar de Melhor Atriz
Por Luciana Schmidt Alcover, Especial
Nascida em Campo Bom, Cíntia Dicker tem apenas 27 anos, mas muita história para contar. Ruiva de olhos azuis, ela nunca planejou nada em sua vida. Adepta do lema deixa a vida me levar, foi descoberta enquanto passeava com sua tia em um shopping gaúcho. Do anonimato à vida de modelo internacional passaram-se mais de 12 anos ao longo desse período, Cíntia foi eleita uma das modelos mais sexy do mundo pelo site models.com e estampou editoriais da Vogue Itália, i-D, Interview e W Magazine, além de ter estrelado uma série de campanhas para as badaladas Victorias Secret, GAP, Dsquared2 e Tom Ford Eyewear. Difícil acreditar que a guria já passou por fases em que o reflexo no espelho não a agradava.
— Quando criança eu não me achava bonita. Pelo contrário, me achava estranha porque era magra e tinha os cabelos ruivos, era diferente das outras meninas — confessa.
As características que a deixavam tão insegura quando menina foram justamente os traços que, com o passar do tempo, colocaram-na em destaque na carreira de modelo. Apesar da indiscutível beleza e do sucesso, nem tudo foi fácil na vida da ruiva.
— Não lembro do meu pai. Ele sofreu um acidente de moto e morreu quando eu tinha dois anos — conta, acrescentando que a mãe, Anelise, foi um grande exemplo, e as dificuldades pelas quais passaram juntas serviram de impulso na busca de novos caminhos.
— Comecei a trabalhar como modelo aos 14 anos e pude ajudar a minha família com o dinheiro que recebia. Isso era um estímulo para mim, me fazia superar a distância e as saudades.
#RuivoMania
Morando em Nova York e com a carreira de modelo solidificada, a vida novamente surpreendeu Cíntia com um novo convite. Desta vez, o desafio envolvia outra arte, a da interpretação, levando a gaúcha a estrear na carreira de atriz. A primeira experiência na TV foi em 2013, no quadro Correio Feminino, do Fantástico, na Globo. O tempo passou e, quando menos esperava, recebeu um segundo convite no ano passado. Dessa vez, para poder aceitá-lo foi preciso escolher entre as duas carreiras, que corriam paralelas. O papel de Milita, a mocinha da novela Meu Pedacinho de Chão, também da Globo, conquistou o coração de Cíntia, que achou fascinante interpretá-la.
— Ser convidada para trabalhar com atores que eu admirava tanto foi um presente — afirmou ela, que teve como companheiros de cena os veteranos Antonio Fagundes, Ney Latorraca, Juliana Paes e Rodrigo Lombardi.
A temporada no Brasil não só abriu outras possibilidades de trabalho, como também rendeu à nova atriz muitas alegrias em sua vida pessoal. Com o namorado atual (o dentista carioca Pedro Garcia), ela está de volta em Nova York, comemorando os frutos dessas conquistas e sem fazer questão alguma de pensar demais sobre o futuro.
Donna - Como foi fazer uma novela global, ao lado de nomes importantes da dramaturgia nacional, logo em seu segundo trabalho?
Cíntia Dicker - Quando cheguei ao Brasil tive apenas dois meses para fazer a preparação para a personagem. Foi essa preparação que me ajudou muito a me soltar. Nesse período, convivemos muito em equipe e tivemos aulas variadas. Tudo isso me ajudou para desempenhar bem o meu papel. Confesso que trabalhar com esses atores que eu admirava tanto antes de conhecer e chegar a primeira vez perto deles foi um choque pra mim. Eu parecia uma menininha admirada.
Donna - você gostou de se ver no vídeo?
Cíntia - Ah... Eu amei, adorei! Sempre gostei de ter mais corpo. Nunca fui daquelas meninas secas.. Pude engordar um pouquinho para fazer a novela e adorei o meu corpo (risos).
Donna - E agora, você é mais modelo ou mais atriz?
Cíntia - Durante a novela, dediquei-me inteiramente à personagem. Voltei para Nova York para exercer meu trabalho de modelo, cumprir os meus contratos. Ainda não tenho planos de voltar para o Brasil e trabalhar novamente como atriz. Tudo vai depender dos convites. Já me sondaram para uma série, sem maiores detalhes. Só posso dizer que fiquei apaixonada por esse mundo novo. Caso pinte um convite, provavelmente vou aceitar.
Donna - Atualmente morar sozinha é uma opção, mas você foi obrigada a morar sozinha desde muito cedo para trabalhar como modelo. O que aprendeu nessa experiência desde tão nova?
Cíntia - Eu cresci e amadureci. Precisei aprender a cuidar de mim, a me comunicar, a ter responsabilidade. Minha mãe não podia me acompanhar e, ainda por cima, não sei nada de cozinha, não sei nem fritar um ovo, só sei comer (risos).
Donna - O que faz você sair da dieta?
Cíntia - Massa branca, pão, ainda mais quando eu vou para a minha casa aí no Sul. A primeira coisa é churrasco e maionese de massa, que eu amo e sou apaixonada.
Donna - Quais são seus rituais de beleza?
Cíntia - Bebo muita água e tenho que usar protetor solar sempre, fator 90, por causa das sardas. Vou à academia quando tenho tempo, mais para relaxar do que para pensar no corpo. Mas aqui em Nova York preciso estar mais magra, para os trabalhos de modelo.
Donna - Que costume gaúcho você ainda mantém?
Cíntia - Meu chimarrão vai comigo pra tudo. Minha mãe fica mandando erva e eu tomo direto. Músicas gaúchas eu também escuto. Às vezes, estou em casa e coloco um fandango (risos). Ninguém entende nada, mas eu escuto. Adoroooo (gargalhadas)!
Donna - E como está o assédio em Campo Bom depois das participações na Globo?
Cíntia - É bem engraçado, ainda mais em Campo Bom. As pessoas que moram na minha rua há anos, agora querem tirar foto comigo e pedem autógrafo. É bem engraçado, mas estou adorando.
Donna - O que move você? E o que ainda quer conquistar?
Cíntia - Força de vontade é o que me move, ajudar a família e deixá-los sempre bem como estão hoje. Desejo que a vida sempre me surpreenda de forma positiva. Um dia quero ter a minha pousada, quero estar mais na praia, casar, ter filhos. Basicamente isso.