O processo de reconstrução no Rio Grande do Sul não para e vários projetos estão se esforçando para ajudar a reerguer as casas atingidas pela tragédia climática no Estado. Um exemplo é o Reconstrói POA, uma organização liderada por arquitetos e engenheiros. Eles realizam uma limpeza completa nas residências e executam os reparos necessários após uma avaliação técnica, que inclui vistorias estruturais, elétricas e hidráulicas.
— Estamos priorizando o bairro Sarandi. Nosso trabalho passa por várias etapas para garantir que as pessoas possam retornar para suas casas com segurança e dignidade — explica Luciana Pestana, arquiteta gestora do projeto junto com a colega Hare Bueno.
O Reconstrói POA selecionou 10 casas para iniciar o processo, após uma triagem realizada com o auxílio de uma assistente social, dando prioridade às pessoas em maior vulnerabilidade social, como mães solteiras, idosos e pessoas com deficiência. Luciana conta que, devido à demora para a água baixar na região, apenas nesta última semana o projeto pôde começar os trabalhos em uma das casas selecionadas.
— A satisfação que a gente tem com a gratidão das pessoas acaba superando o cansaço. Nos dá o gás para seguir em frente — destaca.
Outra iniciativa, Abrace essa Casa, também visa auxiliar na recuperação das casas atingidas pela enchente. Formado pelas arquitetas Caroline Kreling, Kézia Decarl, Letícia Sá e Lívia Fett, o grupo avalia as necessidades estruturais e de mobiliário dos locais e inicia as ações necessárias, como remoção de itens danificados, reparos em rebocos, pinturas e doação de móveis.
O projeto tem atuado, no momento, em Canoas, uma das cidades da Região Metropolitana duramente afetada pela cheia, tendo entregue até agora duas casas.
— Estamos aprendendo a lidar com essa situação nova, que envolve pedir doações. No entanto, ao mesmo tempo, é um trabalho que sabemos fazer, o que nos motiva a aprender e a fazer dar certo — afirma Caroline Kreling.
Novas lembranças
Pode parecer simples, mas uma casa é muito mais do que quatro paredes. Por isso, a iniciativa Lar Doce Lar propõe devolver às famílias atingidas um pouco de afeto, prestando atenção nos detalhes que fazem a diferença num lugar – como decoração, aroma e iluminação.
Com atuação na Região Metropolitana, o grupo monta kits com objetos como panos de prato, toalhas de mesa, velas, plantinhas, canecas, porta-retrato, e até kit de chimarrão, para serem entregues nas casas que já passaram pelo processo de limpeza e reconstrução, e as famílias residentes estejam em segurança.
— Lar é um sentimento, é onde dividimos nossas coisas e construímos a nossa história. E as pessoas acabaram perdendo isso. Nosso projeto quer levar amor para esses lares e humanizá-los, para que as pessoas possam recomeçar as suas vidas e suas memórias — detalha Pâmela Ghilardi, uma das fundadoras do projeto ao lado das amigas Fernanda Lindner, Julia Rolim, Jaqueline Lopes e Amanda Espinosa.
Como ajudar
Reconstrói POA
O projeto está recebendo doações financeiras para a compra de materiais de construção, que podem ser feitas pelo Pix: colabore@reconstroipoa.com.br. Quem preferir, pode também doar materiais de obra civil, acabamento, elétrico e mobiliário. Para saber mais, acesse reconstroipoa.com.br ou siga @reconstroi.poa.
Abrace essa Casa
A iniciativa precisa de apoio de voluntários e existe a possibilidade de “apadrinhar” uma casa. Para doações financeiras via Pix, a chave é o e-mail abraceessacasa@gmail.com. Mais informações disponíveis no perfil @abraceessacasa.
Lar Doce Lar
Pode contribuir com doação financeira a partir de R$ 5 pelo Pix: amigosdapaghilardi@gmail.com, ou com a compra dos itens dos kits. O pré-cadastro de famílias é feito em gzh.digital/LarDoceLar. Conheça mais no perfil do Instagram @lardocelar.rs.