Em São Leopoldo, as refeições nesta morada, localizada em um condomínio fechado, têm visual de casa de campo com toques clássicos e um "quê" das cozinhas norte-americanas.
Com projeto de interiores do arquiteto Rogério Pandolfo, o ambiente conta com um ponto central na bancada com mesa, que faz uma referência estética às ilhas.
– Como o layout do cômodo era muito quadrado, fizemos uma adaptação para não abrir mão do conceito e, ao mesmo tempo, não interferir na circulação – conta Pandolfo, que ressalta que, mesmo quando as cadeiras Masters douradas estão ocupadas, é possível circular e ter espaço para abrir gavetas e portas. – Foi tudo estudado milimetricamente.
Mesmo com boa iluminação natural (além da janela, o cômodo conta com uma claraboia), a escolha de cor recaiu para o cinza, presente na laca da marcenaria e no silestone dos tampos. Entre as alternâncias de tons e texturas estão os revestimentos da parede e a madeira de demolição, na mesa e nas prateleiras sobre a pia, que ainda contam com o uso de ferro.
Todos os eletrodomésticos com tecnologia contemporânea atendem à estética do projeto, a exemplo da coifa, que fica oculta em um painel da marcenaria. Um papel de parede de palha, com nuanças de dourado, integra a área da TV, que conta com mais molduras e o uso de uma arandela clássica.
Molduras
A cristaleira segue a proposta clássica sem excessos, também presente nas molduras e nas gavetas. O painel da TV é revestido por um papel de parede com textura de palha, e o branco (onde está instalada a arandela) é quadro de recados.
Ilha estilizada
A bancada de 120cm x 50cm, que tem como continuidade a mesa de madeira de demolição, é uma alusão às cozinhas norte-americanas.
Toque de cor
Para compor com o cinza da laca dos armários e do silestone da bancada, o arquiteto elegeu a linha Patch Mandarim, da Decortiles, com nuanças de azul.
VINTAGE SEM QUEBRA-QUEBRA
Remete ao tom do jacarandá icônico do design nacional de grandes mestres como o carioca Sergio Rodrigues a proposta desta cozinha em Porto Alegre. Projeto do escritório Ateliê 7, dos arquitetos Matheus Bitencourt e Luísa Chiamulera, a obra passou por soluções rápidas que fazem a base para que a marcenaria fosse a protagonista.
No piso, no lugar de quebra-quebra e obras sujas, foi eleito um modelo de sobrepor, o porcelanato extrafino da marca Elizabeth Cerâmica, com placas de 60cm x 60m em cinza neutro. Para os azulejos, que pelas dimensões de 20cm x 20cm já faziam uma alusão natural à arquitetura do Rio de Janeiro, os profissionais sugeriram a pintura com tinta epóxi branca.
— A gente acredita na arquitetura dos grandes mestres e apostamos muito nas lâminas brasileiras, a exemplo de louro-freijó e pau ferro, para trazer essa fase excepcional da década de 1960 — conta Matheus.
Outro material que faz uma ode ao período é o vidro canelado, presente nas portas dos aéreos da marcenaria executada pela empresa Tecnomóveis.
— Além da questão do conceito, o uso deste estilo de vidro também entra na proposta de funcionalidade. Deixou o mobiliário mais leve, mas, ao mesmo tempo, não deixa o interior e uma possível bagunça aparente — diz o arquiteto.
Também entusiasta de novos talentos brasileiros, como Jader Almeida e Guilherme Wentz (cujos trabalhos podem ser vistos em algumas peças da sala de estar, diz Matheus), a dupla de arquitetos também escolheu propostas atuais para complementar a cozinha: o silestone branco da bancada da pia e de refeições, o pendente de latão da loja KWA e a iluminação embutida com lâmpadas de LEDs.
Brasilidade
O tom da madeira escolhida, lâmina tom de pinhão, remete aos mestres da arquitetura e do design nacional das décadas de 1950 e 1960, um dos conceitos que norteiam o trabalho do escritório Ateliê 7 Arquitetura. As portas são com vidro canelado, também uma referência ao período do modernismo.
Cheio de bossa
O banco com rodinhas é funcional em dobro: dentro guarda garrafas de vinho. No detalhe acima, a cristaleira tem inspiração na banda central da porta, que também é de vidro.
O CORAÇÃO DA CASA CRESCEU
O apartamento antigo começou a demandar uma manutenção natural, após anos de uso. Colocada no final da lista dos ambientes a serem reformados, a cozinha promoveu um gran finale ao projeto da arquiteta Ana Goulart. Antes compartimentada em cozinha, dormitório de serviço e lavanderia, a peça agora conta com a integração dos dois primeiros e ainda "roubou" um pouco da área do terceiro, que teve seu espaço otimizado.
— Brincamos que a cozinha, que é o coração da casa, cresceu junto da família, que agora tem mais um morador, um sobrinho querido da cliente — conta Ana.
O estilo, conta a arquiteta, segue a dinâmica idealizada para o restante do apartamento com o aconchego da madeira, mas sem perder a proposta clean.
Com torres altas e nichos de eletrodomésticos, os armários resolvem o que poderia ser um problema, mas, no entanto, é um dos charmes do ambiente: toda a maior lateral da cozinha tem janelas.
Uma copa para refeições mais rápidas, desejo antigo da moradora, tem como fundo uma cristaleira com portas de vidro e reforça a ideia de transformar os recantos gourmets em uma extensão da área social do imóvel.
Luminosidade valorizada
Os janelões realçam a escolha dos revestimentos: piso de porcelanato com placas de 90cm x 90cm da linha Concreto Natural Bianco e os tampos de granito Branco Itaúnas. Em frente às aberturas, uma horta com ralo garante o escoamento da água e pode virar uma champanheira caso a proprietária mude de ideia. A estrutura ripada foi pensada como acabamento do armário, imprimindo um jeitinho de sala à cozinha. A melamina é a padrão Carvalho Avelã, da Duratex.
Detalhes
Como a proprietária queria que quem entrasse na cozinha encontrasse o visual da horta, a pia foi transferida para a outra extremidade do cômodo, perto da porta da área de serviço.
Cantinho do café
Onde antes ficava o dormitório de serviço foi criada a copa, com cristaleira com portas de vidro e perfil metálico. A parede branca é, na verdade, um painel que divide o espaço com a nova lavanderia.