O casamento Wes Anderson é um buraco de coelho particularmente profundo e estiloso, uma festa temática que parece pegar dicas de decoração da revista "Make" e da "Rock n Roll Bride", um blog britânico e publicação anual, em vez de Martha Stewart.
Para seu casamento em 2011 no Ace Hotel em Palm Springs, na Califórnia, William e Naomi Pisnieski queriam "se sentir dentro da casa dos Excêntricos Tenenbaums", afirmou William Pisnieski, de 36 anos, chefe de pós-produção da Authentic Entertainment, uma empresa televisiva em Los Angeles. - Nós adoramos a estética dos filmes, a nostalgia agridoce, os objetos tangíveis. Gostamos da especificidade, da conexão com algo. Especialmente hoje em dia e na nossa era, quando as coisas não são muito tangíveis.
Alguns dos adereços que a Sugar & Fluff, os organizadores do casamento, montaram para o evento incluíam jogos de tabuleiro vintage; um casaco de pele como o que pertencia a Margo, personagem de Gwyneth Paltrow no filme; e raquetes de tênis de madeira, além de uma cabine de fotos antiga onde os convidados podiam posar com esses adereços, e inserir cartões e textos com a fonte Futura - a mais usada por Anderson.
Como disse Naomi Pisnieski, uma chef particular de 37 anos: - A forma como Wes coloca sua impressão digital em tudo em seus filmes, era o que queríamos fazer com nosso casamento.
E aparentemente eles não são os únicos. Aasim Rizvi, da Sugar & Fluff, disse receber frequentemente pedidos por elementos de Anderson, como peças centrais feitas de livros antigos, móveis de meados do século e plantas ornamentais personalizadas.
Ao decorar sua casa, os Pisnieski seguiram a mesma linha - a cabeça empalhada de um gnu é uma posse adorada, segundo Naomi -, usando como ajuda o livro "The Wes Anderson Collection", de Matt Zoller, dedicado ao estilo do diretor e lançado no último outono.
Taxidermia, arte de gosto duvidoso, tons de Polaroid: Susan Garbett, de 31 anos, uma artista que mora no bairro de Elyssian Valley, em Los Angeles, com o marido, Lane Kneedler, de 37 anos, diretor de programação no American Film Institute, listou os elementos de Anderson inseridos em sua residência.
- Eu amo o universo de Wes Anderson, assim como muitos de meus amigos, afirmou Garbett. - Discuti cores de tinta e opções de papel de parede pensando nas cores de seus filmes. Comprei alguns itens de decoração ou arte que poderiam ser inspirados por algumas de suas obras.
O trabalho de Garbett inclui retratos no estilo de "Os Excêntricos Tenenbaums", que ela vende no Etsy. Quando ela e Kneedler se casaram, há alguns anos, em um museu de história natural em Salt Lake City, eles também montaram uma caracterização de Wes Anderson.
E quando Garbett explicou seu conceito à fotógrafa Morgan Trinker, ela implorou para ser contratada. - Tudo o que ela tinha de dizer era 'Wes Anderson' para eu aceitar na hora, recordou Trinker.
Garbett ponderou: - Na minha faixa etária, acho que isso é nostalgia por algo que nunca experimentamos. Parte do apelo é a quantidade de tecnologia que faz parte de nossas vidas. Nos filmes dele, quando tiram uma foto, é com uma câmera antiga. Há uma máquina de escrever e um telefone rosa de princesa. Mas tudo parece novo, e não como um filme de época. E você acaba desejando ter uma casa com irmãos e irmãs que estão escrevendo peças ou fazendo experimentos um com o outro.
Na fria Winnipeg, Erin Thiessen, de 29 anos, e Stefanie Hiebert, de 26, possuem uma loja de roupas e utensílios domésticos vintage chamada Rhymes With Orange, e um gosto por cores e objetos de Wes Anderson em suas respectivas casas.
- Somos grandes fãs dos filmes, especialmente 'Moonrise Kingdom', 'A Vida Marinha com Steve Zissou' e 'Os Excêntricos Tenenbaums'. Achamos tudo tão visualmente inspirador: aquele estilo peculiar e ousado com toques de nostalgia, as cores muito saturadas e diretas", explicou Thiessen.
Para Thiessen, a porta de entrada foi "Três é Demais", que ela viu com 15 anos mas na época não gostou muito. - Hoje já o vi umas 20 ou 30 vezes. Desde o primeiro quadro você sabe que está assistindo a algo especial. Hoje em dia, temos muito tempo para ficar em casa e assistir a filmes de Wes Anderson. Temos bastante tempo para ser neuróticas em nossas casas e prestar atenção a detalhes. E é por isso que gostamos das cores vivas. Lá fora é tudo tão sombrio.
Os verdadeiros fanáticos, porém, recorrem à Rushmore Academy, página do Facebook dedicada a tudo de Wes Anderson. Dave Weiss, de 41 anos, editor fotográfico em uma editora em Manhattan e um dos administradores da página, não teve um casamento temático de Wes Anderson quando se casou com Katie Harrigan, há 10 anos, mas ele compreende o impulso.
- Eu acho que, quando decoramos nossa casa ou planejamos um casamento, existe uma expectativa e um desejo reais de que tudo seja perfeito, afirmou ele. - Especialmente hoje, com o Pinterest e blogs e revistas reforçando isso e mostrando o alcance das opções criativas. Então as pessoas buscam os filmes de Wes Anderson, pois eles são a personificação dessa ideia.
Ele acrescentou: - A questão é que nunca conheci ninguém que se sentiu indiferente a respeito de seus filmes. Ou você ama, ou você odeia.
Paul Rudnick, o escritor de humor, concorda. - Realmente, faz completo sentido ele se tornar um ícone do Etsy, disse ele.
Recentemente, Libby Gelman-Waxner, uma alter-ego de Rudnick, analisou "The Grand Budapest Hotel", apontando que ela sempre gostou de Anderson - mesmo entendendo aqueles com receio de seus filmes porque, como ela diz: - Eles podem parecer aqueles brinquedos tão caros que seus pais não o deixam brincar com eles".
Como argumentou Rudnick: - Tudo é escolhido a dedo tornando os filmes profundamente românticos e um pouco malucos, e acho que é a isso que as pessoas respondem. Dá para ver o quanto ele ama os mundo que está criando. É apenas um pouco assustador que as pessoas estejam se voltando a adereços de Wes Anderson.
Decoração
Filmes de Wes Anderson inspiram fãs do cineasta
Há uma página do Facebook com nome de Rushmore Academy dedicada a tudo que se refere a Wes Anderson
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