Tal qual uma boa trama literária, que atrai lentamente o leitor até envolvê-lo por completo, essa livraria em Pelotas foi projetada com o desafio de proporcionar experiência similar ao cliente. Planejado sob o conceito de célula animal - ou seja, com o núcleo delimitado por uma camada - , o estabelecimento conduz o visitante até o miolo protegido por "muralhas" de prateleiras: ambiente ideal para desfrutar da instigante e prazerosa companhia dos livros.
- Quando surgiu o convite, pensei em criar um hábitat, um pequeno universo e não uma loja convencional - explica o arquiteto Rudelger Leitzke, autor do projeto arquitetônico e de interiores concluído em setembro juntamente com os colegas Ana Bonow, Aiesca Wesz e Fabrício Lessa.
Com capacidade para 35 mil títulos, o estabelecimento de 233 metros, localizado dentro de um shopping center, destaca-se na fachada pela malha irregular em alumínio anodizado e vidro inspirada na membrana envoltória da estrutura celular.
A formação subverte a lógica da loja com vitrina e deixa à vista apenas os módulos de prateleiras dupla-face repletos de livros, que delimitam um quadrilátero interno de 93 metros quadrados. Ali estão as mesas com iluminação direcionada pelas articuláveis Nazka (1933), da FontanaArte, para exposição de livros, atendimento e também uma área infantil.
- Quando se está lá dentro sente-se que fazemos parte daquilo, não em um espaço comercial. Sentimo-nos envolvidos, com privacidade e inseridos no mundo do livro - finaliza.