Martha Medeiros
Quando criança, figuras monárquicas eram personagens da minha imaginação, com todos os estereótipos que lhes cabiam: a princesa bela, a rainha ardilosa, o príncipe salvador, o rei indolente – nada que me mantivesse muito tempo acordada. Castelos? Preferia os que eu erguia na beira da praia, excitada com a proximidade da onda que talvez preenchesse de água o fosso que eu havia cavado com as mãos ou, se viesse forte, pusesse abaixo minha fortaleza medieval. Já visitei castelos de verdade e nenhum jamais me comoveu ou me pareceu tão lindo quanto os que foram feitos de respingos de areia molhada escorrendo pelas pontas dos meus dedos.
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