Enquanto ainda existe - porque, do jeito que vai, nunca se sabe o descalabro de amanhã -, é tempo de Festival Palco Giratório em Porto Alegre. A 14ª edição promovida pelo Sesc/RS traz atrações de luxo para os teatros da cidade. E a preços populares, o que é melhor ainda. São 23 dias de espetáculos, pensamentos e discussões sobre essa coisa tão aviltada nos nossos dias, a arte. A mesma que torna a vida tão sem cor quando nos falta. A programação completa está em sesc-rs.com.br/palcogiratorio.
A ideia é seguir com a expedição por universidades públicas do Norte e do Nordeste. Seria uma linda iniciativa nesse momento em que as trevas se aproximam da educação como a gente jamais imaginou que seria possível nesse ano da (des)graça de 2019.
Uma das peças que promete, entre tantas outras e algumas já com ingressos esgotados, é CérebroCoração. Assisti no Rio de Janeiro e verei de novo aqui. O espetáculo é uma aula, uma conferência, uma viagem, uma experiência, um projeto pessoal e original da atriz Mariana Lima. Sozinha em cena, ela é uma pesquisadora, professora, cientista - ou tudo isso - prestes a iniciar uma conferência. Estão lá o retroprojetor e objetos acadêmicos para ajudar na explanação que mistura dados científicos sobre o cérebro e o coração com as inquietações mais íntimas da pesquisadora.
Mariana escreveu o texto e contou com seus dois diretores, Enrique Diaz e Ricardo Linhares, para chegar ao formato de aula-conferência-peça e tudo ao mesmo tempo. Momento Revista Caras: Mariana e Enrique são casados há mais de 20 anos e têm duas filhas. Foi depois de uma depressão pós-parto e de um luto que ela passou a se interessar por literatura médica, principalmente a relacionada ao cérebro. É essa a origem da peça e da sua visão da ciência como antídoto para a fragilidade e a tristeza, a ciência como consolo. CérebroCoração foi indicada ao Prêmio Shell e venceu nas categorias Atriz e Cenografia do Prêmio Cesgranrio.
Uma curiosidade: antes de estrear, CérebroCoração, contemplada em um edital da Oi Futuro, excursionou por escolas públicas do Rio de Janeiro. Mariana Lima diz que a experiência foi inesquecível, com os alunos tomando contato - muitos pela primeira vez - não apenas com o teatro, mas com um formato que provocou a curiosidade e a participação deles. A ideia é seguir com a expedição por universidades públicas do Norte e do Nordeste. Seria uma linda iniciativa nesse momento em que as trevas se aproximam da educação como a gente jamais imaginou que seria possível nesse ano da (des)graça de 2019.
CérebroCoração fica em cartaz dias 18 e 19 de maio, às 21h, no Teatro Renascença. O coração vai amar e o cérebro certamente produzirá dopamina, a substância aquela que se transforma em sensação de contentamento lá no córtex. Coisas da arte.
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E o domingo é delas. Das que estão perto, às vezes marcando de cima, algumas exageradas nos cuidados. Das que vão esperar por um telefonema ou, dependendo da distância, por um WhatsApp. Das que fazem tudo o que podem e, em certos casos, chegam a fazer o que nem podem. Das que já se foram e deixaram uma falta danada. Das que passam trabalho, mas não entregam os pontos. Das que já não lembram e das que nunca vão esquecer. Para todas as mães, um beijo pelo dia. Mas os parabéns, puxando a brasa para a categoria, esses vão é para os filhos.