A boa gastronomia começa no bairro! Quando bares e restaurantes pequenos passam a integrar o cotidiano da vizinhança, até expandir os limites locais e se tornarem grandes referências na cidade. É o caso do Bom Fim e do Moinhos de Vento, dois bairros que contribuem para a história gastronômica de Porto Alegre. Entre eles, fica o Rio Branco que, embora não tenha tal tradição na cidade, vem se tornando o destino de jovens e apreciadores de boa comida.
Vamos fazer uma tour pelas ruas do bairro, passando por cafés, bares e restaurantes que dão vida às ruas da antiga Colônia Africana, como se chamava a região antes da década de 1960. Entre os limites da Rua Vicente da Fontoura e da Rua Ramiro Barcelos, estão localizadas opções gastronômicas para todas as horas. Desde um café da manhã até o happy hour.
O Botequim da Alcides (Rua Cel. Paulino Teixeira, 423) dá as boas vindas para quem chega ao bairro pela Avenida Protásio Alves. Na esquina da Rua Cel. Paulino Teixeira, pode-se observar, logo no fim da tarde, as mesas e cadeiras coloridas que tomam contam da calçada. Por lá, servem comida de boteco de verdade! Nossa recomendação são as Iscas de Alcantra, aceboladas e com molho de cerveja. No horário do almoço, a casa também oferece opções caseiras, como à la minuta.
Duas quadras adiante, está a Rua São Manoel, onde o tempo parece ser outro. A tranquilidade toma conta e a vizinhança aproveita para fazer o home office no Vírgula Café (Rua São Manoel, 248) ou começar o dia com huevos revoltos e medialuna no Armazém Box 18 (Rua São Manoel, 141). Por lá, trabalhar fica ainda mais atrativo, com o refil da caneca de café por R$ 12.
Ao lado, fica a Chica Parrilla (Rua São Manoel, 141), uma charmosa casa de assados que te transporta para décadas atrás. Estamos falando da enorme coleção de artigos antigos, como telefones, quadros e brinquedos que decoram o salão. O lugar mais disputado, no entanto, são as cadeiras com pelegos na calçada que dão um ar de Montevidéu em plena Porto Alegre.
Na quadra seguinte, entramos na Rua Miguel Tostes, o coração do bairro. No número 840, fica o Mureta (Rua Miguel Tostes, 840), um lugar simpático que, à noite, traz cores para a calçada. A proposta do lugar é ótimos burgers num ambiente descontraído. Spot perfeito para as noites quentes de verão, acompanhadas de uma ceva gelada e um smash bem suculento.
Seguimos pela rua e, algumas quadras a frente, encontramos o El Aguante (Rua Miguel Tostes, 611). O bar que remonta a cultura de botecos cariocas, com alguma influência uruguaia, tem atraído um movimento intenso, aos finais da tarde. Com petiscos, bolinhos e uma coleção de cachaças que vale o destaque, o bar virou ponto de encontro entre vizinhos e amigos e tem revivido o bom e velho costume de beber na rua.
Em frente ao bar, fica outro clássico, dessa vez, com a cara dos gaúchos: o Miau da Cabral (Rua Cabral, 273). Churrasquinho feito na hora, com direito a pão e farofa. Basta não estar chovendo, que as mesas e cadeiras de plásticos espalhadas na calçada logo são ocupadas por clientes de todas as idades, até mesmo os com quatro patas.
Colado com o Miau, existe uma espécie de corredor gastronômico, onde, lado a lado, estão várias operações para todos os gostos. E são todos mesmo! Tem mac’n cheese no Markt American Food (Rua Cabral, 281), sushi no Maki (Rua Cabral, 285), pizza e cervejas artesanais no Espontâneo (Rua Cabral, 301) e drinks no Fênix (Rua Cabral, 295). É perfeito para levar a galera, já que não faltarão opções que agradem a todos.
Seguindo pela Rua Cabral, está a mais nova cervejaria do bairro, a Macuco (Rua Cabral, 165). A marca de cervejas artesanais não é novidade em Porto Alegre, com a primeira unidade no Centro Histórico. Em outubro deste ano, o Rio Branco foi escolhido para receber a nova loja. A proposta da casa é cadeira de praia, público diverso e uma cerveja artesanal bem gelada.
Depois de explorar os arredores da Rua Cabral, seguimos pela Miguel Tostes, com destino ao Bottega Maria (Rua Miguel Tostes, 371). O restaurante moderno da culinária italiana deu vida a um casarão da década de 1920. O prédio de esquina mantém a arquitetura antiga, mas por dentro revela toda a sofisticação do Bottega. Com uma taça de vinho, um aranccini sobre a mesa num almoço de sábado, você vai se sentir transportado diretamente para uma rua calma de Milão.
Na rua paralela, estão mais quatro restaurantes que são a cara do bairro. A começar pelo tradicional Sakae’s (Rua Castro Alves, 690), que foi o primeiro restaurante japonês na cidade. Há, também, o Mantra (Rua Castro Alves, 465), com a diversidade da gastronomia indiana e vegana. O Capone (Rua Castro Alves, 449) reúne amantes da mixologia para tomar bons drinks, enquanto o Yakuza Sushi (Rua Castro Alves, 422) oferece combinados fora do convencional.
Descemos uma quadra para chegar, então, ao nosso destino final. O bairro é cruzado pela Rua Vasco da Gama, onde ficam nossas últimas paradas. O movimento por lá começa cedo, na cozinha do Priscilla’s Bakery (Rua Vasco da Gama, 514), a casa conhecida por servir café da manhã americano como de filme. E se estende até à noite, com bons burgers e cervejas artesanais no Estreito da Chosen (Rua Vasco da Gama, 542).
Mas quando o assunto é drinks, é impossível não citar Vasco da Gama, 1020 (Rua Vasco da Gama, 1020). A casa tem uma carta de drinks como você nunca viu, com combinações de altíssima qualidade. A cozinha adotou um sistema rotativo, com diferentes chefs que assumem o balcão a cada três meses. Então, com certeza, você vai ter uma experiência única!
E, por aqui se encerra nossa viagem gastronômica, imersa no bairro Rio Branco, uma grande celebração da gastronomia local e da riqueza cultural da nossa cidade.
*Conteúdo produzido por Marina Carvalho